Foto: Divulgação
É inevitável, mas tenho que dizer: A comunidade (vulgar
favela) tá dominando a telinha. Se for tiver seus vinte e poucos anos faz
faculdade e/ou trabalha provavelmente não deve ter tanto tempo pra conferir o
que anda passando no horário nobre na TV aberta brasileira.
Essa semana eu estava em casa terminando uma maratona de
Friends e quando to saindo do PC pra ir preparar alguma coisa pra comer parei
em frente da TV e simplesmente me encantei com a nova abertura da novela da
faixa das 7 da TV GLOBO, Cheias de Charme.
Na novela estavam falando de um tal vídeo do trio
protagonista que estava “bombando” na internet. Eu fiquei curioso e
depois de engolir o pão com coca-cola (sou super saudável, tá!) fui conferir o
tal vídeo. Primeiro tentei no YouTube, mas acabei descobrindo que o vídeo clipe
completo só está disponível no site da emissora.
E já me preparando para uns dos três minutos mais longos do
meu dia, acabei me surpreendendo mais uma vez. Não é que o tal vídeo era
interessante. O que mais me chamou a atenção foi a sinceridade da letra, que não é nenhuma obra-prima. Identifiquei-me
com a primeira estrofe da música: “Todo dia acordo cedo/ Moro longe
do emprego/Quando volto do serviço quero o meu sofá”. Sinceridade total.
Depois de me divertir
pacas vendo o vídeo Vida de Empreguete, fui realmente conferir se é mesmo um
sucesso ou se é o marketing da novela. E me surpreendo mais uma vez. A música é
top em alguns sites de letras de músicas e existe um monte de parodias no
YouTube. Mas foi aí que me perguntei o porquê de tanto sucesso.
E depois de filosofar bastante percebi algumas coisas e
decidi dividir isso com vocês.
A primeira dessas coisas é que a sociedade mudou. Se você
pegar as produções do início do século e comparar com as de hoje, são muito
diferentes. E se tratando de novela é que a coisa fica mais nítida. Nunca a
comunidade foi tão retratada na tela. E não é em uma só não. São várias.
Praticamente todas as novelas em exibição atualmente têm um ou mais núcleos nas
comunidades menos abastadas com seus personagens guerreiros e cheios de vida e
de amor pra dar.
E tudo isso aconteceu depois da que a classe média se tornou
a maioria no Brasil., ou seja, milhões de pessoas das classes C e D começaram a
virar destaque não só economicamente falando, mas nas produções em todas as
esferas artísticas. É só ouvir as músicas que estão tocando na rádio, o boom do
sertanejo universitários e das letras sem como “eu quero tchu, eu
quero tcha”, ou se preferir algo com mais constância basta ouvir “Humilde
Residência” de Michel Teló.
A última coisa que queria compartilhar com vocês, é que a
nossa sociedade que se diz “conservadora” está se adaptando a essa nova
realidade. A homossexualidade é tema de novela, tem beijo lésbico de língua no
SBT, KUDURO é tema de abertura da faixa mais nobre da maior emissora de TV do
país.
E num mundo tão “iluminado” como é o nosso, hoje em dia, não
há mais espaço para essa segregação e legitimação musical e artística. O que eu quero dizer é
que Calypso também é MPB, e que as Empreguetes de Cheias de Charme ainda vão
fazer muito barulho, vão gravar CD, vão tocar nas rádios e quem sabe até façam
show. Esse tipo de sistema funcionou muito bem com Glee, por exemplo, nos
Estados Unidos, Rebelde no México e também no Brasil. (Antes que alguns venham
me apedrejar, tenho que confirmar que isso é sim uma comparação).
Pois é pessoal, vamos deixar de lado um certo preconceito e
ouvir a música Vida de Empreguete e se quiser dar umas boas risadas o vídeo
também é muito bom. Os links estão aí em baixo.
Poiz é! To até assustado com o sucesso dessa música! kkkkk
ResponderExcluirE tudo o que vc falou faz sentido! Não acompanho novela, mas pelo pouco que vi, as duas de maiores sucesso da Maiooral brasileira (vulgo, Globo) troca a sofistificação pela simplicidade, e acho que o povo está gostando disso.