terça-feira, 11 de março de 2014

[REVIEW] Revenge – 3x14 – Payback


“Somos vítimas do nosso mundo” (GRAYSON, Victoria)


Rainha Victoria não poderia ter sido mais enfática ao quase sussurrar essas palavras para Patrick. Não vivemos em um determinista, onde somos reflexo do mundo que nos rodeia, entretanto o reflexo de nossas ações são baseados naquilo que fomos, que somos e o que gostaríamos de ser. Todavia, para pessoas como Victoria Grayson, que moldam o mundo ao seu redor, da maneira que bem entender, é claro, essas palavras conotam a podridão de caráter e o ego inflado de quem vê o mau como justificativa, ou melhor dizendo, como conseqüência.

Revenge está volta com toda sua crocância, ação, jogos e armações. Em um episódio, que classificaria como intrigante (no bom sentido), vemos o desenrolar de novas estórias, muitas possibilidades e, claro, de momentos que fazem nossas cabeças quase explodir de ansiedade. E não há como negar que a gente adora tudo isso, não é?

No episódio anterior começamos a ver que Emily estava tendo “apagões”. Neste episódio seu alter ego se revela ser uma pessoa sensata, verdadeira e mesmo assim planta pistas para desenterrar verdades, coberta com a generosa camada de armações e mentiras. É como se fosse “revenge” ao avesso. Tudo pela verdade, mesmo que ela custe a vida do seu grande amor, seu plano maquiavélico e o celular no Nolan.

Trazer à tona esse problema da Emily, ligando-o com o história da mãe, não aponta nenhuma solução em curto prazo para o problema, mas me fez questionar como o roteiro vai dar cabimento desses “apagões” e ainda conseguir construir uma história coerente e cheia de samba na cara. Por enquanto, a coisa está funcionando bem, pois o plot ainda está sendo desenvolvido, mas a médio/longo prazo, pode deixar a coisa chata, deixando o recurso dos “apagões” sem muito sentido.

Por enquanto, prefiro confiar na ousadia dos roteiristas de dar vida a esse problema. Mais um obstáculo para nossa heroína tentar vencer. E o que poderia ser mais perigoso que ela mesma? Se tudo for bem direcionado e bem amarrado, quem vai acabar precisando de terapia vai var a gente.

A festa de aniversário de Charlotte não foi nada impactante. Pelo menos agora ela terá como função espionar o passos de Conrand dentro da revista. A garota até mencionou a falta de “um possível namorado”. Já li em algum lugar que estavam planejando um novo interesse amoroso para ela, agora com uma storyline mais adulta. Pelo visto além do novo emprego, Charlotte vai poder dar adeus ao plots CW.

Espero que isso torne a personagem um pouco mais interessante para o público. Ao longo dessas três temporadas a storyline da personagem não foi das melhores, teve muitas falhas (como a gravidez e o aborto, por exemplo), muita coisa mal explicada e um sem número de futilidades. Espero que isso sejam águas passadas.

Margaux, entretanto, está tendo um bom desenvolvimento. Estou gostando muito da estória dela com o Jack. O dois são fofos juntos, vão comprar uma casa nova, mas não vão ser felizes para sempre. Por enquanto há muita coisa que impede a felicidade dos dois. De um lado tem Emily, e eu sei que tem uma base de fãs muito grande que torcem para que eles fiquem juntos; do outro lado tem os Grayson que não facilitam para ninguém, principalmente o Conrand que de alguma maneira quer chamar a atenção do pai da francesa. O porquê a gente ainda não sabe, mas deve ter alguma coisa a ver com o plano mirabolante que o Grayson está tramando.

 No meio disso tudo há dilemas pessoais. Margaux mais uma vez mostrou sua ambição de chamar a atenção do pai. Nesse ponto Conrad foi pontual. Ela agora vai tentar falar com o pai e alertá-lo sobre Conrand. Não irei me surpreender se Pascal for daqueles magnatas que matam na unha e faz de tudo para ter uns milhões a mais na conta bancária.

Falando em matar na unha, Niko foi ousada em seu plano de matar Emily para vingar seu pai. Mesmo Aiden tendo insistido que Takeda “morreu a mercê de seu próprio código” a japonesa não se sentiu satisfeita. Não entendi muito bem a pista que ela plantou para atrair Emily àquela casa, mas acabou funcionando.

O problema de Niko, contudo, é o recalque. Ela não superou o fato de ter perdido o pai e o seu grande amor para Emily. Não acredito que esse seja o fim da jornada dela na série. Portanto, Emily pode estar correndo mais esse grande perigo. Se ela for embora, porém, vai ser melhor para nós. Não vejo muito sentido para esse plot continuar, principalmente agora que a morte do Takeda foi desvendada, os culpados apontados e tudo mais. Além disso, Niko deve sua vida à Emily, ou melhor, ao Aiden que intercedeu a favor dela. Se eu fosse ela, pegaria o jatinho do Nolan emprestado e iria sofrer em Paris.

Já que citei o Nolan, nesse episódio ele não teve muita função além de pegar no pé da Emily, ter seu celular quebrado e esclarecer o mistério que me causou calafrios durante esse hiatus. A final de costas, Emily não teve nenhuma noite de amor com o Conrad. Fico aliviado ao saber disso e ver o mistério sendo desfeito. Confesso que não iria olhar para Emily com os mesmos olhos sabendo que ela foi para cama com o sogro!

E esse mistério acaba se interligando a outros. Um deles é a volta de Stevie Grayson, a primeira senhora Grayson, da qual a Victoria fez o favor de roubar o Conrad. Claro que a introdução dessa nova personagem não iria ser apenas para o divórcio de Emily e Daniel (que ainda não aconteceu), mas sim para causar um atrito com Victoria. Achei engraçada aquela cena em que as duas se encontram na loja e Victoria estava comprando um modelito igual ao que Stevie estava usando.



Entretanto, o atrito maior vai ser a reivindicação da mansão Grayson. Prevejo muita crocância e sujeira embaixo do tapete para esse plot. Afinal, essa é uma briga antiga e nenhuma das partes está pronta para dar o braço a torcer. Contudo, a coisa mais surpreendente sobre Stevie foram suas últimas palavras do episódio. “Sou sua mãe” caiu como uma bomba. Não sei se ainda superei essa grande revelação, que promete muitas surpresas. O Jake, coitado, deve tá pior que a gente!

Para finalizar essa review vamos falar de Jimmy Brennan, assassinado por Victoria. Não atribuo a morte do homem ao Patrick porque ele estava tentando defender a mãe quando aplicou aqueles golpes no homem que tinha acabado de descobrir ser seu pai. Victoria, contudo, o deixou lá para morrer e ainda fez tudo parecer como se ele estivesse caído da escada.


Patrick, por outro lado, se sentiu ressentido pelo que fez. Ele só queria conhecer o pai, saber de onde veio. Acho que ele tinha o direito a isso. Victoria tentou dissuadi-lo várias vezes, apelando para ele deixar o passado no passado, e até trouxe a história do possível estupro em pauta. Não fiquei muito surpreso quando Jimmy começou a contar sua versão da história, um pouco destoante da versão da Victoria, mas ainda assim válida.

Infelizmente ele não viveu tempo suficiente para sabermos mais. Porém, acredito que ainda veremos mais pedaços dessa história se encaixando nesse quebra-cabeça bastante confuso. Agora não há mais galeria para Patrick por fogo. Talvez as portas para o seu passado se fecharam para sempre. O que me preocupa aqui é que o rapaz funciona como um boneco nas mãos da mãe. Deixar o homem para ali para morrer e ainda ter a audácia de olhá-lo nos olhos me deixou arrepiado e com medo.

Victoria é uma personagem fascinante que está mostrando uma nova camada do seu ser com essa atitude. Não é de hoje que ela tenta esconder seu passado. Ela vive insinuando que os “fantasmas do passado” vem assombrá-la de vez em quando. Não tenho esperanças de que ocorra uma espécie de redenção, como aconteceu com Scrooge em A Christimas Carol, após se visitado por fantasmas. Todavia, isso me fez refletir como a rainha julga suas próprias ações, como comentei no começo deste texto.


É triste e trágico saber que há pessoas assim. Se isso se restringisse apenas à ficção seria bom, mas no mundo em que vivemos há pessoas assim e não só são apenas magnatas e pessoas que esbanjam dinheiro. Há pessoas comuns também, como você e eu que adquirem esse tipo de postura na vida real. O interessante disso é notar que a ficção encontra sua correspondência na realidade e que nem sempre fugir do passado é a solução. Por mais que a gente corra e fuja, o tempo sempre nos alcança.

2 comentários:

  1. Estou amando essa temporada de revenge, mas tem alguns plots que estão muito chatos, como o da Margot e Jack, e os outros dois que foram eliminados nesse ep, da vingança da Niko e do Patrick em busca do pai
    Discorde de vce em alguns pontos, mas ótimo review ^^

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  2. Obrigado pelo comentário e pelo elogio :)

    O plot de Margaux e do Jack é chatinho, porque nada acontece de relevante ali. Eu tô gostando dos dois juntos mas acho que não dura.

    A vingança da Nico não teve propósito nenhum ainda. Esperava que ela levasse o Aiden embora!

    A morte de Jimmy foi um encerramento. Patrick chegou na série para descobrir seu passado. Agora que ele já sabe a verdade ou uma parte dela ele pode deixar para lá e cavar mais ainda!

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