Nada mais justo do que um episódio todo dedicado a ela!
Após tomar conta de todo o início da temporada, o episódio serviu como uma
premiação e uma homenagem a personagem de Ann, tendo todo seu foco nas conseqüências
ainda de seu ato desesperado e tentativa de homicídio a Harris. O episódio, na
verdade, se resumiu só ao fato do julgamento, e mesmo que isso tenha de certa
forma diminuído bruscamente o ritmo de plot twists por segundo que a série
costuma ter, não tem como não dizer que não foi um ótimo episódio. Principalmente
no que se diz respeito a mergulharmos muito mais a fundo na história de vida de
Ann, que deixou de ser apenas a esposa bondosa de Bobby para se tornar uma
personagem com história própria e jornada.
Ann, no fim das contas, depois de horas de julgamento e muitos detalhes sobre
se casamento com Harris, é condenada, como todos nós imaginávamos que seria. É
difícil ainda dizer se ela irá efetivamente pagar pelo crime, ou se em algum
momento irão arrumar alguma brecha para limpar sua ficha, mas o que fica claro é
que finalmente Ann ganha o bônus da simpatia de Emma. Não esperei em momento
algum que Emma defendesse Ann no tribunal, seria utópico demais alimentar essa
esperança. Afinal, por mais que ela se dê conta de que Harris e Judith são
cobras da pior espécie, é quase impossível que ela se vire contra eles de uma
hora para a outra. Aqui também entra o fator perigo. Emma é esperta, e já deve
ter notado a falta de escrúpulos dos dois, que provavelmente não hesitariam em
dar um fim nela caso isso ameaçasse o bem estar de ambos. Agora é uma questão
de tempo e de mais conversas com Chris, para que ela amoleça de vez o coração e
corra em defesa da sua mãe recém-descoberta. A saída brusca dela no tribunal
quando Ann foi condenada, já deixa a pista de que isso em breve irá acontecer.
Como o episódio se resumiu basicamente ao tribunal, todas as outras tramas
ficaram um pouco deixadas de lado, mas nada que afete meu apreço pela narrativa
da série. Ainda assim tivemos algumas coisas acontecendo, e uma delas foi que
Drew, o irmão de Elena com um passado negro que ninguém conhece, já começou a
arrumar problemas. Ele mal chega a cidade e já começa a ferrar a vida da irmã
se envolvendo em contrabandos, colocando assim ela na mira de John Ross e Sue
Ellen. Acho estranhíssimo que algo envolvendo O IRMÃO de Elena possa vir a
interferir em uma clausula maluca de conduta moral no contrato entre ela e Sue
Ellen. Drew é apenas um funcionário, e mesmo que fosse sócio sua conduta não
poderia vir a interferir em um contrato que foi celebrado antes de sua adição a
empresa e que o mesmo desconheça, o que faz esse plot totalmente sem sentido. Não
vou reclamar, porque isso vai servir para dar uma vantagem a John Ross e
movimentar um pouco mais Elena na série. Pode parecer estranho, mas fico feliz
quando a bela tem mais espaço na trama.
O que não pode se deixar de lado, é a nossa quenga, que por clausula contratual e de amor a personagem não pode nunca deixar de ser mencionada. Pra mim foi totalmente inesperado ver Pamela no tribunal depondo a favor de Ann, e por mais que haja interesses “canalhíticos” por parte de Cliff na reaproximação dela com Chris, não consigo acreditar que Pamela tenha agido com segundas intenções. Ann realmente foi quem nunca virou as costas para ela, então é natural que a moça tenha um espécie de gratidão, fato que prova até que dentro daquele poço da canalhices ainda habita um pouquinho de bondade. Bondade essa que se estende também ao relacionamento dela com Chris, protagonizando uma das cenas mais “bonitinhas” de perdão parcial, demonstrando que acima de qualquer cretinice e arranca-rabo, os dois irão manter o social em prol da criança, para não correr o risco de passar pelo que Emma passa hoje. É meus caros, assim é Dallas. Vivendo e aprendendo, mesmo que seja com os erros alheios.
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