em dúvidas existi uma misticidade
envolta dessas três palavras mágicas. Elas são capazes de nos transportar para
uma dimensão onde tudo é possível. Um lugar onde a lógica e a linearidade do
mundo real se converte em sonhos e em formas dotadas de imaginação e magia.
Parece que o simples contato com
essas palavras são capazes de nos transportar. Não importa se estamos lendo-as
ou ouvido-as. Instantaneamente um buraco se abre no chão ou somos sugados por
uma espécie de vórtice mágico que nos leva para um mundo de faz de conta. Onde tudo é possível.
Nos, como indivíduos, estamos
passando por uma fase de transição. Enquanto algumas esferas sociais ainda tem
sua base definida pelo pensamento modernista, hegemonizado pela razão. Outras
já estão mais avançadas e apresentam características da denominada
“pós-modernidade”.
Os conceitos e preceitos que configuram essa pós-modernidade ainda estão sendo definidos, e mesmo que esteja
longe de um consenso, é possível enxergamos elementos suficientes para nomeá-la
baseando-se nos valores que se apresentam da maneira oposta aos da modernidade.
Em nossa contemporaneidade já é
possível observarmos que a racionalidade não permitiu (ainda) resolver os
problemas aos quais se propôs a resolver tempos atrás. Ainda existem fome, miséria e
dezenas, centenas e milhares de problemas de cunho pessoal, social e político a
serem resolvidos. Desta forma o homem atual busca uma mudança do seu
pensamento. Tirando a razão de seu pedestal e reavaliando as emergências e os
efeitos decorrentes da racionalização exagerada.
Você deve está se perguntando o
porquê de toda essa reflexão, de certa forma filosófica, tem a ver com o “Era
uma vez”. Bem, eu ainda vou chegar nesse ponto mais adiante. É que se faz
necessário materializar aqui que após passarmos por experiências traumáticas
como a possível eminência de uma guerra, os conflitos mundiais, a fome, a
miséria e a violência, adotamos uma postura menos ingênua e começamos a
interpretar de outro modo o mundo ao nosso redor e a nós mesmos.
Uma forma de exemplar esse
pensamento é o grande número de “novas interpretações” que vem ganhando as
grandes mídias. Releituras, recombinações, remekes, pastiches que dialogam com
obras clássicas, canônicas, modernas e contemporâneas que valorizam o estilo
eclético e a diversidade que enxergamos no mundo e em nós.
Desta forma, o indivíduo passa a
ser compreendido em meio as suas contradições, dividido, complexo. Um ser
dotado de hipertextualidade, que é capaz de dialogas em múltiplas plataformas
que valoriza o hibrido e a heterogeneidade. Portanto, o "Era uma vez" ganha uma dimensão nova. Mais parecida com a nossa realidade, sem perder suas características fantástica.
E quando imersos nesse mundo de faz de contas, começamos a enxerga-lo de outro modo. Personagens deixam o seu background em preto e branco e começamos a distinguir novos tons e nuances que não tínhamos vistos antes.
É através desta perspectiva que
me proponho a analisar o mundo da ficção, representado principalmente pelas
nossas queridas séries de tevê. Uma maneira de tentar entender alguns
personagens e storylines através de um ponto de vista pós-moderno. Não estou propondo fazer uma análise estruturalista e
elencativa, mas sim uma mais subjetiva e contextualizada.
Por causa disso decidi chamar a
coluna de DIVÃ. Vai ser um espaço para refletir e expor pensamentos sobre
personagens e eventos do mundo ficcional sob a ótica desse novo paradigma pós-moderno (sempre que
possível) que está começando a fazer cada vez mais parte da nossa realidade.
Ainda não conseguir definir a intercalação
desta nova coluna, mas assim que surgir algo que me ofereça subsídios, poderei
dividir com vocês meu ponto de vista. Espero obter a colaboração de todos no
sentido de contribuir com ideias e expondo novos pontos de vistas. Não esqueçam
que esse é um espaço colaborativo, e o apoio de vocês é fundamental.
Para começar, já na próxima
semana postarei uma analise do herói pós-moderno. Mas por que o herói? Porque
ele é o responsável, muitas vezes, por guiar a trama narrativa, além de ser o
personagem principal de muitas produções. Evidenciarei exemplos com personagens
de séries atuais como Once Upon a Time e The Vampire Diaries. Vejo vocês lá.
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