segunda-feira, 11 de março de 2013

[DIVÃ] Era Uma Vez



em dúvidas existi uma misticidade envolta dessas três palavras mágicas. Elas são capazes de nos transportar para uma dimensão onde tudo é possível. Um lugar onde a lógica e a linearidade do mundo real se converte em sonhos e em formas dotadas de imaginação e magia.




Parece que o simples contato com essas palavras são capazes de nos transportar. Não importa se estamos lendo-as ou ouvido-as. Instantaneamente um buraco se abre no chão ou somos sugados por uma espécie de vórtice mágico que nos leva para um mundo de faz de conta. Onde tudo é possível.

Nos, como indivíduos, estamos passando por uma fase de transição. Enquanto algumas esferas sociais ainda tem sua base definida pelo pensamento modernista, hegemonizado pela razão. Outras já estão mais avançadas e apresentam características da denominada “pós-modernidade”.

Os conceitos e preceitos que configuram essa pós-modernidade ainda estão sendo definidos, e mesmo que esteja longe de um consenso, é possível enxergamos elementos suficientes para nomeá-la baseando-se nos valores que se apresentam da maneira oposta aos da modernidade.

Em nossa contemporaneidade já é possível observarmos que a racionalidade não permitiu (ainda) resolver os problemas aos quais se propôs a resolver tempos atrás. Ainda existem fome, miséria e dezenas, centenas e milhares de problemas de cunho pessoal, social e político a serem resolvidos. Desta forma o homem atual busca uma mudança do seu pensamento. Tirando a razão de seu pedestal e reavaliando as emergências e os efeitos decorrentes da racionalização exagerada.

Você deve está se perguntando o porquê de toda essa reflexão, de certa forma filosófica, tem a ver com o “Era uma vez”. Bem, eu ainda vou chegar nesse ponto mais adiante. É que se faz necessário materializar aqui que após passarmos por experiências traumáticas como a possível eminência de uma guerra, os conflitos mundiais, a fome, a miséria e a violência, adotamos uma postura menos ingênua e começamos a interpretar de outro modo o mundo ao nosso redor e a nós mesmos.

Uma forma de exemplar esse pensamento é o grande número de “novas interpretações” que vem ganhando as grandes mídias. Releituras, recombinações, remekes, pastiches que dialogam com obras clássicas, canônicas, modernas e contemporâneas que valorizam o estilo eclético e a diversidade que enxergamos no mundo e em nós.

Desta forma, o indivíduo passa a ser compreendido em meio as suas contradições, dividido, complexo. Um ser dotado de hipertextualidade, que é capaz de dialogas em múltiplas plataformas que valoriza o hibrido e a heterogeneidade. Portanto, o "Era uma vez" ganha uma dimensão nova. Mais parecida com a nossa realidade, sem perder suas características fantástica.

E quando imersos nesse mundo de faz de contas, começamos a enxerga-lo de outro modo. Personagens deixam o seu background em preto e branco e começamos a distinguir novos tons e nuances que não tínhamos vistos antes.

É através desta perspectiva que me proponho a analisar o mundo da ficção, representado principalmente pelas nossas queridas séries de tevê. Uma maneira de tentar entender alguns personagens e storylines através de um ponto de vista pós-moderno. Não estou propondo fazer uma análise estruturalista e elencativa, mas sim uma mais subjetiva e contextualizada.

Por causa disso decidi chamar a coluna de DIVÃ. Vai ser um espaço para refletir e expor pensamentos sobre personagens e eventos do mundo ficcional sob a ótica desse novo paradigma pós-moderno (sempre que possível) que está começando a fazer cada vez mais parte da nossa realidade.

Ainda não conseguir definir a intercalação desta nova coluna, mas assim que surgir algo que me ofereça subsídios, poderei dividir com vocês meu ponto de vista. Espero obter a colaboração de todos no sentido de contribuir com ideias e expondo novos pontos de vistas. Não esqueçam que esse é um espaço colaborativo, e o apoio de vocês é fundamental.

Para começar, já na próxima semana postarei uma analise do herói pós-moderno. Mas por que o herói? Porque ele é o responsável, muitas vezes, por guiar a trama narrativa, além de ser o personagem principal de muitas produções. Evidenciarei exemplos com personagens de séries atuais como Once Upon a Time e The Vampire Diaries. Vejo vocês lá.


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