Glee voltou do hiatus homenageando
alguns dos grandes sucessos do cinema (alguns nem tantos assim). Talvez por não ter percebido (e, às vezes, não
ter entendido) a maioria das referências eu acabei gostando do episódio. Sem
dúvidas, ele cumpriu sua função como um bom entretenimento.
O episódio me conquistou logo nos
primeiros minutos com uma sequência de single cam onde os atores subiam,
literalmente, pelas paredes. A coloração P&B deu uma dramaticidade
audaciosa (parabéns para a Direção de Arte) além de dialogar com o background e
o contexto dos personagens.
O foco principal do episódio foi
uma competição de Mush-up entre os meninos e as meninas que tinham de cantar
músicas de seus filmes favoritos. De fato a competição não teve nenhum grande propósito
dramático dentro do roteiro, servindo apenas como justificativa para escolha
dos temas músicais. Não posso esquecer de mencionar o fato de que todo mundo
sempre ganha essas competições. Para aqueles que competem (principalmente artistas vaidosos e atletas) isso chega a ser pior do que
perder. É difícil entender como Glee consegue acertar o roteiro em alguns
momentos e perder a mão em outros.
Ainda fico perturbado com o fato de
o Blaine continuar sendo o grande destaque nas performances. O New Directions
tem tantos talentos masculinos (e femininos também - Unique está incluso aqui, é claro) que poderiam ser melhor trabalhados. Isso chega
ser um desperdício. O ex-rouxinol já teve seus momentos de estrela em quase todos os episódio desde sua entrada no elenco fixo da série. Seu favoritismo é claro.
No quesito drama adolescente o
foco continua sendo no triângulo amoroso Jake-Marley-Ryder. Estou achando muito
clichê e repetitiva essa abordagem. Já vimos os moldes dessa mesma história lá
pela primeira temporada. Nessa altura fico torcendo para que a Marley e o Ryder
fiquem juntos. Essa parece ser a dinâmica certa, pois a mocinha tende a ficar com o cara bonzinho, e os Puckerman tem fama de serem os bad guys. Entretanto, fico torcendo por
uma reviravolta nessa história.
No núcleo dos adultos, Finn
aprende uma grande lição: A verdade dói. O garoto fez tudo que pode para
encontra Emma na tentativa de aliviar sua consciência. Ele fez um bom trabalho, mas foi mancada confessar a história do
beijo para o Will. Isso pode trazer grandes problemas e até acabar com a amizade dos
dois. Espero que assim o Finn possa encontrar seu caminho. Seu papel como falso professor não vai convencer por muito tempo.
Já em New York a coisa está
prometendo. Depois das suspeitas de que a Rachel estava grávida (ainda não
restam muitas dúvidas disso), pelo jeito que ela se debruçou em lágrimas nos
braços de Santana deve ser verdade comprovada cientificamente. Porém, uma coisa não está clara. Quem é o
pai dessa criança? Sabemos que Rachel e o Brody são bem ativos na cama e que
ela teve uma noite com o Finn no Valentine’s Day. A não ser que os nadadores do
Finn sejam super eficientes ou sobrenaturais, o pai mais provável para a
criança é o Brody. Entretanto, não foi o que deu a entender no final do episódio passado.
Provavelmente essa história terá
seus desdobramentos nos próximos episódios e logo saberemos quem é o pai da criança. Todavia, um agravante promete deixar a coisa
ainda mais interessante. Graças à mania compulsiva da Santana de revirar
gavetas e mexer nas coisas dos outros, podemos ter descoberto que Brody é um
traficante em potencial (afinal, que outro tipo de pessoa guardaria mais de mil dólares e um pager?). Prefiro acreditar que ele seja um garoto de programa. É mais condizente com o personagem.
Sem dúvidas os roteiristas da
série tem uma gama de fatores e estratégias que podem utilizar para deixar a
trama ainda mais interessante sem menosprezar, é claro, a nossa inteligência como
telespectador. Glee precisa urgentemente organizar seus núcleos dramáticos e
criar uma dinâmica maior para os personagens que estão em segundo plano.
Sem esses ajustes o show pode
tornar-se cansativo em termos narrativos o que pode ocasionar o desgaste excessivo da imagem
de alguns personagens chaves na trama. Tá certo que o grande foco dos episódios seja os
números musicais, mas apresentar uma história incoerente, e plots que vão para zona de amnésia
é desconsiderar (e em certos pontos subestimar) o poder de escolha e seleção
dos espectadores.
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