segunda-feira, 22 de abril de 2013

[REVIEW] Doctor Who – 7x09 – Hide



Já estava ficando um pouco desanimado com essa segunda metade da temporada de Doctor Who. Uma legião e fãs e eu, é claro, não estávamos muito satisfeitos com os rumos que a segunda metade da temporada estava seguindo. Felizmente, Hide conseguiu manter os ânimos e reavivar a esperança de que as coisas sejam cada vez melhores daqui para frente.


Se Neil Cross havia decepcionado um pouco (estou pegando leve?) com 'The Rings of Akhaten', está completamente perdoado. Sua segunda tentativa em escrever o roteiro foi bem melhor e agradou a todos. A evolução do enredo é nítida, e os recursos utilizados dentro do roteiro muito pertinentes e que lembram bastantes o gênero de terror.  Todavia, o que mais me agradou foram as explicações cientificas, que no episódio de três semanas atrás deixou muito a desejar.

Hide foi aquele tipo de episódio que te conquista logo na primeira sequencia de quadros. Quando vi aquele casarão estilo Downton Abbey já sabia que iria gostar do episódio. A ambientação estava muito bem feita. Tenho que dar os parabéns para a equipe de direção de arte e de fotografia que conseguiram manter um tom mais sombrio e um toque de mistério sem deixar de escanteio o lado conceitual da série.

Plots fantasmagóricos dentro do universo de DW são meus preferidos. Mas há sempre o risco das explicações deixarem a desejar, principalmente quando se trata de questões e ambientações históricas. Nesse quesito, o roteiro conseguiu trabalhar muito bem trabalhando paralelamente com o Universo de Bolso.

Os atores escalados para interpretar Alec Palmer e Emma Grayling foram ótimos peformistas e conseguiram trabalhar o amor tácito entre os personagens sem parecer pedante e forçado. Clara também teve bons momentos, principalmente quando xingava a TARDIS. É bom ver a evolução do relacionamento das duas, que não começou muito bom. A impressão que eu tenho é que as duas vêm interagindo muito bem e de uma forma diferenciada das companions anteriores.

Talvez isso seja reflexo do mistério que envolve Clara. Meu maior receio no momento é que a personagem não consiga dar conta e acabe perdendo um pouco a sua identificação com o público. Há um motivo para todos os companheiros de aventura do Doctor serem humanos, e se Clara fugir um pouco dessa realidade a empatia dela com o público pode não funcionar.

Já a dinâmica da Clara com o Doctor está cada vez melhor e aumentou o nível em Hide. A sequência em que eles caminham pela casa a procura da “bruxa do poço” é ótima e no final do episódio quando eles estão abraçados fica ainda mais nítida a naturalidade da relação dos dois. Só não vejo um futuro romântico para eles, afinal a mulher do Doctor é River Song.

O romance entre os monstros foi uma grande novidade para mim. Talvez a intenção do plot seja mostrar que o amor é algo universal. Outra carga emocional do episódio foi quando o roteiro discute as ramificações da vida real com o tempo. A reação da Clara ao ver o ciclo de vida da Terra e começar a se questionar o papel dela dentro daquele contexto é bem similar a Rose lá em 'The End of the World'.

Não é de agora que a sétima temporada de Doctor Who faz esse tipo de contraponto. Ainda é cedo para enxergar um motivo pertinente e plausível. Mas tratando-se do Moffat podemos nos surpreender ou nos decepcionar. A mesma coisa ocorre com o verdadeiro conceito de Clara. E, apesar de empática psíquica Emma Grayling tê-la considerada uma menina normal, sabemos que não é bem assim. Talvez a viagem ao centro da TARDIS possa trazer as respostas que tanto ansiamos.



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