Já estava ficando um pouco
desanimado com essa segunda metade da temporada de Doctor Who. Uma legião e fãs
e eu, é claro, não estávamos muito satisfeitos com os rumos que a segunda
metade da temporada estava seguindo. Felizmente, Hide conseguiu manter os
ânimos e reavivar a esperança de que as coisas sejam cada vez melhores daqui
para frente.
Se Neil Cross havia decepcionado
um pouco (estou pegando leve?) com 'The Rings of Akhaten', está completamente
perdoado. Sua segunda tentativa em escrever o roteiro foi bem melhor e agradou
a todos. A evolução do enredo é nítida, e os recursos utilizados dentro do
roteiro muito pertinentes e que lembram bastantes o gênero de terror. Todavia, o que mais me agradou foram as
explicações cientificas, que no episódio de três semanas atrás deixou muito a
desejar.
Hide foi aquele tipo de episódio
que te conquista logo na primeira sequencia de quadros. Quando vi aquele casarão
estilo Downton Abbey já sabia que iria gostar do episódio. A ambientação estava
muito bem feita. Tenho que dar os parabéns para a equipe de direção de arte e
de fotografia que conseguiram manter um tom mais sombrio e um toque de mistério
sem deixar de escanteio o lado conceitual da série.
Plots fantasmagóricos dentro do
universo de DW são meus preferidos. Mas há sempre o risco das explicações
deixarem a desejar, principalmente quando se trata de questões e ambientações
históricas. Nesse quesito, o roteiro conseguiu trabalhar muito bem trabalhando
paralelamente com o Universo de Bolso.
Os atores escalados para
interpretar Alec Palmer e Emma Grayling foram ótimos peformistas e conseguiram
trabalhar o amor tácito entre os personagens sem parecer pedante e forçado.
Clara também teve bons momentos, principalmente quando xingava a TARDIS. É bom
ver a evolução do relacionamento das duas, que não começou muito bom. A
impressão que eu tenho é que as duas vêm interagindo muito bem e de uma forma
diferenciada das companions anteriores.
Talvez isso seja reflexo do
mistério que envolve Clara. Meu maior receio no momento é que a personagem não
consiga dar conta e acabe perdendo um pouco a sua identificação com o público.
Há um motivo para todos os companheiros de aventura do Doctor serem humanos, e
se Clara fugir um pouco dessa realidade a empatia dela com o público pode não
funcionar.
Já a dinâmica da Clara com o
Doctor está cada vez melhor e aumentou o nível em Hide. A sequência em que eles
caminham pela casa a procura da “bruxa do poço” é ótima e no final do episódio
quando eles estão abraçados fica ainda mais nítida a naturalidade da relação
dos dois. Só não vejo um futuro romântico para eles, afinal a mulher do Doctor
é River Song.
O romance entre os monstros foi
uma grande novidade para mim. Talvez a intenção do plot seja mostrar que o amor
é algo universal. Outra carga emocional do episódio foi quando o roteiro
discute as ramificações da vida real com o tempo. A reação da Clara ao ver o
ciclo de vida da Terra e começar a se questionar o papel dela dentro daquele
contexto é bem similar a Rose lá em 'The End of the World'.
Não é de agora que a sétima
temporada de Doctor Who faz esse tipo de contraponto. Ainda é cedo para
enxergar um motivo pertinente e plausível. Mas tratando-se do Moffat podemos
nos surpreender ou nos decepcionar. A mesma coisa ocorre com o verdadeiro
conceito de Clara. E, apesar de empática psíquica Emma Grayling tê-la considerada
uma menina normal, sabemos que não é bem assim. Talvez a viagem ao centro da
TARDIS possa trazer as respostas que tanto ansiamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário