O que esperar quando não se está
esperando nada? Bem, esse tipo de pensamento permeou meus pensamentos durante
os seis últimos episódios de Under The Dome. Confesso que eu estava um pouco
farto de ver a série se perder e fazer escolhas fácies quando as possibilidade
de crescer, inovar e ir além estavam bem ali. Via o roteiro dando círculos e
nos levando a lugar nenhum. Felizmente isso mudou. Pelo menos é o que parece.
Com a renovação para uma segunda
temporada, a ideia inicial de fazer uma minissérie ficou para trás. Mudanças
precisavam ser feitas. A série precisava de ritmo, mitologia e personagens que
soubesse seu lugar e tivessem um papel a desempenhar na trama. O que mais me
surpreendeu foi que o roteiro conseguiu arrumar a casa em pouco tempo sem
perder a essência.
Gostei de como resolveram
rapidamente o conflito entre Julia e Barbie. Agora os dois podem viver um
romance sem culpas e com poucos ressentimentos. Isso é uma coisa fundamental,
principalmente quando a série projeta os personagens para um futuro. Um ciclo
precisa se fechar para que outro possa começar. Nesse sentido, o roteiro foi
vem cirúrgico. Consertou o problema sem muito drama desnecessário.
O mesmo acontece com o
relacionamento entre Big Jim e seu filho, Junior. Quando a “verdade” sobre a
mãe de Junior veio a tona, isso fez fortalecer a ligação entre pai e filho, que
teve como efeito colateral a morte do Ollie, garantindo água e alimento para a
população de Chester's Mill. Ou seja, sem mais episódios sobre crises na cidade
por coisas que não acrescentam em nada. Amém!
No meio disso surge uma
personagem intrigante, Max. A bela mulher também descrita como a personificação
do diabo trouxe consigo vários esclarecimentos sobre o plot das drogas. O
falecido reverendo já havia mencionado isso algumas vezes. Chegue a pensar que
esse plot estava ligado diretamente com a redoma, mas fico feliz de estar
enganado. Isso mostra que a coisa vai mais além.
Contudo, algumas pontas ficaram
soltas e Big Jim tratou logo de apara-las, fazendo mais vítimas. Se tem uma
pessoa que trabalha mais nessa cidade é o coveiro, pois todo episódio tem gente
morrendo. O bom disso é que trouxe mais conflitos importantes para o centro da
trama. A ligação entre Max e Barbie e dela com o Big Jim só fez aumentar a
tensão entre os dois, dividindo-os claramente e protagonista e vilão.
Esse conflito foi essencial num
dos melhores momentos que a série teve até agora. Big Jim arma para Barbie,
colocando-o como o responsável por uma série de homicídios. A fuga de Barbie
nos apresentou uma nova dimensão para o personagem, retratando-o como aquele
capaz de lutar pela verdade, por aquilo que ele acredita ser o certo. Isso se
torna muito claro, principalmente, quando Barbie se declara inocente em frente
da cidade, contrariando o acordo selado com Big Jim.
Complementado a trama ainda temos
o plot “circulo secreto”, que vem tentando desenvolver certa mitologia para
série. Ainda não consigo entender muito bem o que Angie e Junior fazem no meio
dos “escolhidos pela redoma”. Acredito que a colocação deles nesse meio foi
apenas para dar uma função aos personagens, afinal depois que Angie foi liberta
não restaria muita coisa para ela e Junior fazerem na trama.
Porém, gostei da dinâmica que
eles causaram com Joe e Norrei e todo esse envolvimento com a mini redoma. Ainda
é difícil saber até indo isso pode nos levar, principalmente agora que Junior
parece estar ao lado pai e disposto a protegê-lo de todo o mal. Já sabemos que
a redoma quer a morte de Big Jim. Contudo, não sei se seria apropriado dar um
fim no personagem mais intrigante da série, principalmente se a redoma
permanecer intacta.
É, eu tenho certa dúvida em
relação à permanência da redoma na segunda temporada. Como já sabemos os
militares já sabem da existência do ovo. Ainda não sabemos do que mais eles
sabem e como eles sabem. Mas acredito que seria muito interessante se a partir
do próximo ano tivéssemos algumas visões do que acontece fora da redoma. Mas
essa decisão cabe aos produtores. Resta saber até onde eles estão dispostos a
arriscar.
A season finale já está bem
próxima e finalmente teremos a revelação do “monarca” e da sua coroação. Fora
isso, o roteiro tem muitas possibilidades para explorar para todos os
personagens. Caso a redoma continue, Chester's Mill deverá passará por grandes mudanças.
Caso a redoma se vá, as possibilidades podem ir além. Pelo visto,
segunda-feira, 16, não será um dia fácil para os habitantes da ex-pacata
cidadezinha de Chester's Mill.
Ótimo texto!
ResponderExcluirTambém comecei a série quase querendo largar, mas fui surpreendido nessa reta final.
Tenho que comentar que fiquei muito surpreso com a morte de Max. Achei que a personagem tivesse vindo para render e encher nossos olhos, numa espécia de Vampiranha mortal, mas ela foi embora cedo deixando o trono de vilão definitivo para o Big Jim, o que também é bom em questão de sabermos quem é quem na série. Mas meu receio é que não considero ele o tipo de vilão que amamos odiar, como é o caso do Klaus e de tantos outros. Ele causa aversão, e isso me preocupa em relação a a permanência dele na série, ainda mais em um posto de destaque.
Agora sobre a possibilidade de uma segunda temporada sem a redoma, acho bem difícil. Talvez uma narrativa dupla, intercalando o lado de dentro com o de fora, seja possível. Mas tirar a redoma da série deixa ela totalmente fora de sua proposta inicial, e muito provavelmente sem rumo narrativo. Se não for pela redoma, qual é o sentido?
Também esperava que a Max ficasse mais, mas a morte dela foi uma escolha inteligente. A série estava precisando de foco e não de mais distrações. Big Jim é um vilão comum, aquele que a gente odeia com força! Isso da permanência dele é algo a se considerar, mas isso não cabe a nós e sim aos roteiristas e produtores.
ExcluirSobre a segunda temporada sem a redoma também acho difícil. Mas fico cá imaginando o que mais a série vai ter para explorar numa segunda temporada sem Big Jim ou com o vilão derrotado? Não sei como isso acontece no livro, mas acho que seria legal para a série explorar outras possibilidades para evitar cair na mesmice dos primeiros episódios.
Essa ideia de explorar os dois lados também é uma ótima ideia, mas prefiro pensar que a série vai progredir em termos narrativos e explorar a redoma como uma extensão de todos eles. Até porque se as mortes em todos os episódios continuarem acontecendo, não vai restar ninguém para contar a história.