Entre dois mundos.
“Awake” é daquelas séries em que só pelo trailer ou apenas ao lermos a sinopse nos leva a um interesse instantâneo.
Certamente, podemos
julga-la como a aposta mais certeira e também a mais interessante dessa segunda
metade da “fall season” americana. Na verdade, “Awake” não é o que chamaríamos de
uma série inovadora, a premissa na verdade tem um "q" de “Já vi isso em algum
lugar”. Após um acidente de carro com sua esposa e filho, Michael, um detetive
americano, vê sua vida dividia em duas realidades: Em uma, ele acorda e vê que
sua esposa sobreviveu ao acidente, mas seu filho não teve a mesma sorte, em
outra, o oposto foi o fato ocorrido. Sem a menor idéia e do que está acontecendo e cambaleando entre o real e o irreal, vemos nosso protagonista tentar tocar sua vida e conciliar suas
crises com seu trabalho como detetive. É aí em que entramos no tema “caso da
semana” já tão conhecido por todos. Além de lidar com seus conflitos psicológicos,
vemos a trama desenvolver casos policiais investigativos super bem elaborados
nas duas realidades. Casos completamente diferentes, mas que mesmo que imperceptivelmente,
trazem uma pequena coincidência que os entrelaçam e fazem com que Michael os
solucione com maior facilidade.
Tudo na série é bem feito, desde o enredo até a fotografia. A
maneira com a qual nos diferem as duas realidades através de cores, foi uma forma
extremamente inteligente de fazer o telespectador se situar na trama. Quando
Michael está na “realidade da esposa”, vemos mais cores quentes e vivas
preencherem a tela, já quando Michael está na “realidade do filho”, vemos
cores frias e um tom mais melancólico em cena.
Um ponto bem interessante, é que em ambas as realidades Michael conta com a ajuda de dois diferentes psiquiatras que tentam ajudá-lo a
lidar com a perda de seus ante-queridos e também a lidar com a situação atípica
e dúbia em que se encontra. Afinal, nem os personagens sabem se Michael está enlouquecendo
ou se realmente encontrou uma brecha no espaço. O dialogo entre eles é muito interessante, e enquanto a psicóloga do
“lado frio” parece mais aberta a entende-lo e até defende que a situação pode
ajudá-lo na adaptação da nova vida sem seus amados, vemos o seu opositor firme
e irredutível na sua tese de que tudo não passa de um sonho, e que essa situação
pode ser prejudicial ao seu paciente. Os dois são sempre implacáveis e inteligentes em suas teorias, o que nos confunde ainda mais. Porém, o que move as histórias é o conflito interno do personagem, pois ao mesmo tempo que Michael quer saber o que está acontecendo, ele não quer ter que deixar uma das realidades. Afinal, como decidir entre duas pessoas que você ama igualmente?
Já na sequência do segundo episódio, vemos a trama se
aprofundar um pouco mais na relação de Michael com sua família. Sua esposa,
que parece ser a mais afetada com a perca do filho, aprende a lidar com suas
memórias, e através de Michael percebe que manter as lembranças pode ser algo
reconfortante. Já na realidade fria, vemos Michael aprendendo a lidar com a adolescência
de seu filho Rex, e a relação entre eles, que aparentemente não era das melhores.
O que fica mais evidente aqui, é que conforme a psicóloga do
lado frio afirma, essa realação entre as duas realidades, pode ajudar Michael a
lidar com seus conflitos. E isso é muito nítido quando vemos a relação de
Michael com Rex ser praticamente restaurada através de conselhos que sua esposa
que está no “outro mundo” dá a ele mesmo que inconscientemente.
O caso dessa semana me pareceu um pouco mais complexo do que
o do piloto, e ao contrário do que pensávamos, vimos que o que acontece ao
redor do detetive, pode ter mais influencia no seu problema de “multi-realidades”
do que pensamos. Alguém aí achou SUPER ESTRANHA a conversa da chefe de Michael
com aquele desconhecido no final do episódio? Aposto que a partir daqui a trama
ficará mais intensa e nos fará raciocinar mais do que já estamos tentando para
decifrar o grande mistério. Posso estar errado, mas o que deu a entender, é que
Michael está sendo vitma de uma grande conspiração. Talvez até esteja sendo
manipulado para algum tipo de experiência cientifica.
Bom, as teorias que rolam pela internet já são imensas, e
provavelmente muitas delas ainda irão se formar com o passar dos episódios. Há
quem diga que nem um dos mundos seja real, e que Michael está em coma tendo
alucinações ou algo do tipo. Mas, como já citei a cima, acredito em uma teoria
mais aos moldes de “Fringe” e a trama deve ser ainda mais complexa do que
parece. O enredo apresentado é uma via de mão dupla, pois se não for bem
explorado, poderá se desgastar muito facilmente. Afinal, quem aí ta a fim de
ver dezenas de episódios tentando apenas resolver o enigma de qual lado é o real e qual é alucinação (se é que um deles existem)?
Porém, se bem explorado, o roteiro pode rendar diversas e ótimas temporadas,
pois a temática permite um leque infinito de situações e probabilidades.
Agora é só torcer para que a série vingue e continue nos apresentando
boas sequências de episódios. O “Crossover” torce pelo sucesso!
PUTA QUE PARIU, que série massa! não sei se é só o Jean que escrever SUPER bem, mas fiquei com uma puta coceira pra assistir kk o problema é que no momento tou baixando Fringe (coincidentemente) e pra começar outra fica dificil. mas se até o prox mês eu terminar Fringe, vou assistir essa aí pq caramba, parece muito boa mesmo :D
ResponderExcluirVaaleu pelo elogio, Nah! A série é boa demais mesmo! Recomendo que vc veja ao menos o piloto! ;)
ExcluirEu morro de vontade de ver "Fringe"! É uma das que estão na minha lista de espera! kkkkk