[REVIEW] Bones - 7x13 - The Past in the Present [Season Finale]

Cliffhanger sem misericórdia.

Para quem estava mal acostumado com o clima leve e a felicidade que reinava nos episódios dessa sétima temporada, titio Hart fez questão de nos puxar com força para o chão nesse finale.

Christopher Pelant está de volta. Esse fato por si só já significa episódio tenso, baseado no nosso encontro anterior com o hacker superdotado. Mas nem de longe eu imaginava que seria tão tenso. Da outra vez confesso que fiquei fascinada pelo Pelant, tenho uma queda por nerds e a genialidade dele somada com aquele sorriso cínico me conquistaram. Mas depois desse finale só consigo sentir raiva dele por encurralar a Brennan assim, por mexer com o emocional de todo mundo ao redor dela. Não foi legal, não foi uma luta justa. Ainda mais que eu não estava nem um pouco preparada para isso devido a minha política não-spoilers e não-promocionais antes do finale (da qual eu não me arrependo pois a angústia foi mais genuína, o choque foi mais drástico). Mas eu senti, já da primeira prova que o Pelant forja contra a Bren, o vídeo da câmera de segurança, daí eu já senti que ia dar em merda no final.

E a partir daí também já começam os conflitos internos e os dilemas morais. Todos sabem que a Dra Brennan não é a culpada, que ela seria incapaz de assassinar alguém assim, mas como lutar contra o sistema? Como acessórios da força da lei, a equipe tem de ser ética, não importa as consequências. E isso é de partir o coração. Creio que de todo o episódio não existe cena mais adequada para representar este conflito pessoal do que a parte em que a Cam chora por ter que reportar mais uma evidência contra a Bren. A tristeza dela, o desespero, foi tão real, tão intenso. E olha que teoricamente a Cam é a que tem menos intimidade com a Brennan, se ela já estava nesse estágio de dor, imagine os outros, especialmente o Booth e a Angela. Eu chorei nessa cena, não tenho vergonha de admitir, e choro sempre que revejo.

A medida em que o episódio transcorre, as evidência contra a Dra Brennan se acumulam e tornam-se cada mais mais irrefutáveis, tendo em conta que metade da equipe realmente capacitada para refutá-las foi tirada do caso. Como boa fã de Bones eu estava acreditando até o último minuto que tudo poderia ser revertido, que a genialidade da Bren ia salvá-la daquilo, que ela sairia por cima da carne seca (ou seja, do Pelant). Por mais obscura que a investigação parecesse, eu ainda apostava em uma pequena brecha que os squints aproveitariam para conseguir pelo menos o benefício da dúvida. Mas depois do minuto 38 eu já estava desesperada, já não conseguia nem ser otimista, já estava esperando por qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo, MENOS a Brennan fugindo.

Se esse não foi o maior choque que já enfrentei em Bones, foi com certeza um dos maiores. Nunca na vida eu sonharia que a Dra Temperance Brennan fosse ser uma fugitiva do FBI. Até o momento ela estava aceitando razoavelmente bem a armação do Pelant, não havia nada mais a se fazer. Quando Max sugeriu fugir, pode-se ver que ela ficou tentada, mas quem na face da Terra imaginaria que a metódica Dra Brennan faria algo tão impulsivo e inconsequente como fugir, ainda mais levando a filha junto? Eu ainda nem consegui absorver totalmente essa informação, parece surreal demais para mim. Mas acho que o motivo foi justamente a penquena Christine. Todos sabemos como a Bren é uma mãe devotada, acho que a ideia de ser presa e ficar longe da filha, ainda mais diante daquela situação onde parecia impossível se livrar das acusações. Ainda mais que o Max praticamente a convenceu de que aquela era a solução mais lógica e racional.

E apesar de compartilhar o desespero do Booth, eu acredito que essa foi sim a melhor solução. Acho que o Max também me ganhou com aquele papo de 'uma vez no sistema, sempre no sistema'. Essa fuga da Brennan foi um evento inesperado e ousado, atiçou os fãs, deixou todo mundo a beira de um ataque de nervos até a próxima temporada. Garantiu a audiência, tanto para os fãs que estavam acostumados com a leveza da temporada e ficaram chocados e curiosos com esse cliffhanger, quanto para os fãs que estavam insatisfeitos com o clima ameno e queriam a tensão dramática da série de volta. Parabéns titio Hart, eu sempre soube que você era o mestre!

Fazendo um balanço geral da temporada, eu devo dizer que foi perfeita. Respeitou um ritmo, e mesmo sendo bem mais curta, não ficou atropelada. Tudo aconteceu rápido sim, mas não pareceu forçado. E não perdeu a essência, mesmo que os protagonistas tenham muito mais história pra contar agora que têm uma filha juntos, que são uma família, houve um equilíbrio entre o plot deles e os plots das investigações. Sem contar que os casos dessa temporada foram interessantíssimos, super originais e divertidos. Os personagens amadureceram e se conectaram, como pudemos notar nesse finale mesmo, mexeu com um mexeu com todos. O que significa que focar em determinados indivíduos não é mais possível, mesmo que as histórias girem em torno de um só, todos serão afetados e todos manifestarão isso. Acho digno, assim ninguém rouba a cena e ninguém fica ofuscado, é justo porque todos eles têm muito o que mostrar (mas é claro que a nossa amada Emily Deschanel acaba se destacando, até mesmo sem querer, aquela mulher transpira talento!). E sim, a temporada teve uma vibe mais alegre, muito amor pra compartilhar, e acho isso muito saudável depois de 6 anos de tensão e drama. Creio que a próxima temporada vai puxar um pouco mais esse drama, mas não tão carregado quanto nos anos anteriores. Enfim, Bones como sempre se superando, tenho orgulho de dizer que esta é minha série atual favorita. E mal posso esperar pela oitava temporada e todas as promessas que ela traz consigo. Que venha logo setembro! \o/