Falar da dobradinha Depp + Burton é suspeitíssimo pra mim,
já que sou fã inquestionável dessa dupla maravilhosa. Acho sempre difícil
comentar e criticar os filmes dessa parceria, tudo dito parece soar clichê ou
indescritível, e não seria diferente tal dificuldade com a mais nova obra de Tim Burton: "Dark Shadows".
Diga-se de passagem "polêmico", esse novo filme tem surtido críticas de pontos extremos, onde ou amamos ou odiamos após assisti-lo.
A questão é que, essa película tem causado um ataque exacerbado de decepções e paixão
por espectadores fãs do diretor e/ou do ator principal Johnny Depp. E você, irá
amar ou odiar?
Sinopse:
No ano de 1752, Joshua, Naomi Collins e seu filho Barnabas, foram embora de
Liverpool, Inglaterra, para começar uma nova vida na América. Mas mesmo um
oceano não foi suficiente para escapar da misteriosa maldição que atormenta sua
família. Duas décadas se passaram e Barnabas (Johnny Depp) tem o mundo aos seus
pés, ou pelo menos a cidade de Collinsport, Maine. Capitão do Collinwood Manor,
Barnabas é rico, poderoso e um playboy inveterado ... até que ele comete o erro
grave de quebrar o coração de Angelique (Eva Green), uma bruxa, em todos os
sentidos da palavra, Angelique condena-o a um destino pior que a morte,
transformando-o em um vampiro e enterrando-o vivo. Dois séculos mais tarde,
Barnabas é libertado de seu túmulo, e surge nos dias modernos.
Exatamente por ser mais uma parceria entre Depp e Burton, "Dark Shadows" já vinha causado comentários de opiniões completamente
opostas, como citado a cima. Há quem mal podia esperar por essa estréia devida parceria
e quem não queria nem ver por esse mesmo motivo.
Mas o filme estreou para alegria de uns e desconforto de
outros. E inicia com um enredo interessante, mas realmente se perde ao longo da estória. Com efeitos absurdos que mais
parecem os famosos "defeitos especiais", em certas cenas você vê mais como um
erro proposital de Photoshop. Porém, há detalhes que foram muito bem
investidos e resultaram magnificamente como o cenário e os figurinos
impecáveis. Impossível não admirar também a maquiagem das personagens, tão bem
criadas e executadas como de se esperar nas obras de Burton. A fotografia é o que mais encanta nesse longa
metragem. Os tons azulados, apagados e quase sem vida, contrastam com cenas de
iluminação intensa e viva. O vermelho presente em tantos detalhes no filme
ilumina como fogo flamejante na escuridão, enfeitiça sendo em um vestido sexy
ou em um simples abajur. Impossível não citar também o primor que se tornou a
combinação setentista com o goticismo, e, o humor com o ultra-romantismo
presentes a todo momento na película. Inegável que a direção de arte foi muito feliz com as
bizarrices chamativas sem se sobrepor ao desenvolvimento da trama. Outro ponto extremamente positivo do filme, talvez um dos
que mais agradaram o público de uma
forma geral, foi a brilhante trilha sonora de "Danny Elfman". Quase inevitável não se agradar com a sábia e bela
escolha e não dar os devidos méritos a ele, que merece sem dúvidas destaque.
O que impediu então "Dark Shadows" de alcançar suas
ambições? O roteiro fraco de Seth
Grahame-Smith, que foi muito infeliz nesse filme.
Criador de um enredo que foi apressado de forma demasiada e
mal resolvida. Com diversos aspectos vagos e imprecisos, deixou cenas confusas
e estórias desnecessárias à trama.
Acrescentado de algumas piadinhas dispensáveis postas em momentos
inoportunos.
Mas aproveitando o comentário sobre as piadinhas, algumas
saíram muito bem encaixadas e é quase impossível não rir com o desajeitado
vampiro perdido em outra época, deixando-o antiquado e por vezes cafona. A
brincadeira com o logo do McDonald’s
por exemplo, também saiu genial.
Agora voltando ao roteiro "fail" de Seth, mesmo com o cenário, maquiagem, etc, já ditos, terem sido impecáveis, a estória em si pareceu ter sido deixada em segundo plano: fraca e com o baixo desenvolvimentos dos personagens, os mesmos acabam não ficando tão interessantes, e consequentemente deixam de prender a atenção do telespectador.
Agora voltando ao roteiro "fail" de Seth, mesmo com o cenário, maquiagem, etc, já ditos, terem sido impecáveis, a estória em si pareceu ter sido deixada em segundo plano: fraca e com o baixo desenvolvimentos dos personagens, os mesmos acabam não ficando tão interessantes, e consequentemente deixam de prender a atenção do telespectador.
Personagens que poderiam ter sido bem desenvolvidos, acabaram
por servir mais como enfeites. O roteiro pobre não valorizou muito as atuações.
Bella Heathcote, mesmo com seu ar
fantasmagórico e sua voz peculiarmente melancólica que poderiam ter sido
aproveitados ao máximo para o papel de "Victoria Winters’’, acabou é ficando com uma atuação a lá "Bella
Swan’’, sem expressão e sem graça. Até mesmo Helena
Bonham Carter que é uma atriz incrível, não foi valorizada em sua personagem que
poderia ter sido enfatizada.
Michelle
Pfeiffer, fez seu papel com o explendor esperado, mas tão sem importância
que a fez passar quase que despercebida.
Os grandes destaques ficaram então para Johnny Depp e seu "Barnabas Collins". De forma excêntrica
como era de se imaginar, ele preenche com perfeição seu papel de vampiro clássico.
O segundo destaque fica para Eva Green, que com (a ajuda ou não de)
um roteiro que com ela foi um pouco mais feliz, atuou de forma majestosa a
bruxa "Angelique Bouchard". Green
encarna uma "Femme Fatale", sexy e
explicitamente obsessiva de amor.
Obsessão que faz diferença na narrativa. Esse amor
descontrolado é exposto de forma a mostrar o quanto ele pode construir e
destruir coisas e vidas. Angelique é tudo o que uma mulher (moderna ou
não) gostaria de ser se fosse uma bruxa. Infelizmente seu papel é praticamente
destruído por um final com efeitos totalmente de mal gosto e desnecessário,
mas, não tiram seu mérito como atriz.
Quero deixar claro também que Chloe Moretz, com suas aparições engraçadas e irreverentes também
conseguiu roubar um pouco a cena, mesmo eu não achando suas atuações dignas o
suficiente, ela foi bem aproveitada nesse longa. Pecou apenas com sua
transformação desnecessária e sem lógica ao final do filme.
E, por fim, não poderia deixar de citar Hanna Murray, mesmo
que com sua participação pequeníssima, que surgiu como hippie de um grupinho
característico da época passada no filme.
As opiniões extremas de amor e ódio mesclam
com um filme que apresenta pontos tão altos e tão baixos. Entretanto é
impossível negar que quando se trata de Burton e Depp, há sempre aquela
pontinha de curiosidade pra ver o que virá por aí, independente se você espera
muito ou pouco do filme.
Mas uma coisa é certa, haverá algo em "Dark
Shadows" que irá te apaixonar. Um ator, uma cena, um cenário, uma
maquiagem...assim como é certo que algo você irá odiar.
Detalhe adicional da autora: é extramamente
notável as referências no filme à Nospheratu, Morticia ou mesmo Drácula.
Se fosse brasileiro, até Morgana teria suas características sobrepostas aí.
Diretor: Tim Burton
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter,
Michelle Pfeiffer, Chloë Grace Moretz, Eva Green, Jonny Lee Miller, Gulliver
McGrath, Jackie Earle Haley, Bella Heathcote, Christopher Lee
Produção: Christi Dembrowski, Johnny Depp,
David Kennedy, Graham King, Richard D. Zanuck
Roteiro: Seth Grahame-Smith
Fotografia: Bruno Delbonnel
Trilha Sonora: Danny Elfman
Duração: 113 min.
Ano: 2012
País: EUA
Distribuidora: Warner Bros.
Trailer:
Concordo em tudo que vc disse! Realmente o roteiro foi bem fraco. Mas a fotografia e a Direção de Arte estavam impecáveis.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirPois é Ricardo, e isso pra uns causa um equilíbrio, mas pra maioria um dos lados pesa mais, por isso tanta discórdia sobre ser bom ou ruim esse filme.
ResponderExcluirAinda não vi esse filme, estou curioso desde os trailers! mas realmente está dividindo opniões, meu amigos, por exemplo, nenhum quer ir ver comigo! kkkkkk
ResponderExcluirFico triste em saber que o filme não está agradando tanto, pq algo sair ruim da parceria Burton&Depp realmente é muito diícil!
Realmente Jean, é difícil. Mas acredito assim, todos os diretores estão sujeitos a ter seus momentos gloriosos, quanto os não tão bons assim.
ResponderExcluirBurton tambem tem esse ''direito''.