onito, sarado, sedutor e irônico
são alguns dos adjetivos, que alguns fãs da série de TV The Vampire Diares, provavelmente usariam para descreveriam Damon
Salvatore. Vampiro com mais de 170 anos, Damon tem uma trajetória obscura,
amores mal resolvidos e uma rixa com o irmão mais novo, o Stefan. E é esse
personagem icônico e galante que temos do DIVÃ desta semana.
Resolvi trazer para nossa
discussão o Damon, pois acredito que ele apresenta algumas características
fundamentais e bem visíveis para entendermos melhor o papel do herói
pós-moderno, que já abordamos na semana passada. Antes de prosseguirmos, vamos
dar uma analisada no perfil básico do personagem.
Sexo: Masculino
Espécie: Vampiro
Nascimento: 1842
Falecimento: 1864
(tornou-se vampiro aos 22 anos de idade)
Origem: Florença
(Itália) – Obra de L. J. Smith
Mystic Falls (Virgínia, EUA) – Série de TV da
CW
Habilidades
Sobrenaturais: Imortalidade, velocidade, força sobre humana, hipnotizar
mente humana etc.
Status de
Relacionamento: É complicado
Em sua primeira aparição logo no
primeiro episódio da primeira temporada da série da CW, Damon é apresentado
como o vilão. Só aquele sorriso de ladinho bem irônico dizendo “Hello, brother”, marca bem a intenção de construir um personagem com um viés badass para criar certo contraste com o bonzinho do Stefan.
Nos episódios seguintes,
entretanto, o Damon vai perdendo esse posto e chega a ser caracterizando como o
anti-herói. Certo que há alguns momentos de contrastes bem marcados, como a morte
da Vicky e da Lexi, que ajudaram a justificar o posicionamento do Damon dentro da história.
Levando em conta que a obra
homônima de L. J. Smith, que teve seu lançamento em 1991, esse tipo de
descrição inicial é pertinente com a representação simbólica dos heróis da
época (década de 90) e também do estilo da autora.
Até pouco tempo atrás a maioria
das obras literárias e da teledramaturgia girava em torno de um conflito
básico: Mocinho x Vilão. Hoje em dia a coisa não mudou muito. Porém, houve uma
reconfiguração desses papéis. Ambos deixaram de ser mais idealizados e rígidos
e passaram a se apresentar de forma mais complexos, mais humanizados, bem mais
parecidos conosco.
Portanto, sob um olhar
pós-moderno, não consigo ver o Damon como um vilão e muito menos como um anti-herói.
Dentro de seu papel na série o vejo como um personagem fascinante, cheios de
mistérios e que age muitas vezes pelo seu próprio bem e por aquilo que ele
acredita ser o certo, caracterizando então um dos possíveis retratos para a
nova configuração do herói.
As atitudes e a personalidade
marcante do personagem são consequências de tropeços ao longo de sua jornada.
Damon sofreu grandes perdas. No centro desses conflitos temos Katherine,
Stefan, Alaric e Elena. Cada uma dessas pessoas/criaturas deixaram um grande impacto na
vida passada e presente do personagem.
Ser um vampiro recém-transformado
não deve ser fácil. Lidar com os sentimentos e sensações ampliadas, a fome de
sangue e tantas outras novidades. A coisa pode ficar mais complicada se a
mulher que você ama é dada como morta em uma carnificina armada pela própria família e o único membro sobrevivente é seu irmã pé no saco com quem a sua amada também tinha um caso.
Katherine é, sem sombras de dúvidas, um grande karma que assombrou os primeiros
anos de Damon como vampiro. Não é a toa ele retorna a Mystic Falls anos depois
para resgatar a amada da tumba.
Acredito que essa grande decepção
seja a principal responsável pelo ódio mortal que o Damon sentia pelo irmão
Stefan. Lidar com esses conflitos deve ter obrigado o Damon a desligar sua
humanidade. Sem lidar com o excesso e a confusão de sensações e sentimentos
Damon deve ter cometido várias atrocidades até que a informação de que a Katherine
poderia estar viva e isolada do mundo na tumba trouxesse a tona tudo outra vez.
Ainda não consigo entender como funciona o amor para os vampiros de TVD. Por um momento tudo é muito intenso e o amor parece eterno, mas quando há alguma decepção eles parecem se conformar com isso. É como se eles tivessem o controle sobre sentir ou não. Já com o ódio deve ser diferente.
Vimos no início da primeira
temporada que o ódio entre os irmãos não havia passado com o tempo. Depois de
passar um período sendo o estripador, Stefan estava tentando levar uma vida
normal e caçando animais para se alimentar até que seu irmão malvado chega na
cidade para balançar as estruturas. O contraste é mais uma vez marcado pelo estilo de vida diferente dos personagens.
Stefan vive em uma dieta onde se alimenta de sangue de animais. Já Damon prefere brincar com suas vitimas e ir sugando o sangue aos poucos bem no estilo sexo, bebidas e boa música. Nesse momentos somos introduzidos a um Damon inconsequente e que não liga para os sentimentos dos outros, principalmente os reles mortais de Mystic Falls.
A rixa entre os dois trouxeram
bons momentos na primeira temporada, que sempre ressaltavam o Stefan como sendo
o mocinho. Entretanto, já algumas temporadas depois, descobrimos que Damon já
foi capaz de vários atos altruístas, não só em benefício do irmão, que passou a
maior parte do tempo julgando-o pelos erros cometidos, mas também para com
humanos e outras criaturas sobrenaturais.
É nesse momento que o roteiro
começa a resgatar o Damon da sombra e começa a explorar as dualidades e
conflitos do personagem. Quando Elena torna-se vampira a coisa começa a mudar e
a história da ligação de sangue estraga o romance mais aguardado desde a cena
em que o Damon e a Elena dançam na festa da Miss Mystic Falls.
A quarta e atual temporada de The Vampire Diaries está ainda um pouco
confusa. O Damon que vimos nos últimos episódios deixa um pouco a desejar nas
características marcantes que o personagem adquiriu lá no começo. Talvez a
Eleva vampira tenha mexido muito com ele e a busca pela cura tenha se tornado
seu foco. Damon vê na cura a resposta para um conflito gerado no momento em que
souberam da ligação.
Elena o ama de verdade ou é só coisa da ligação? Para um
vampiro apaixonado viver com essa dúvida não deve ser fácil, ainda mais quando
o irmão mala faz questão de passar isso na sua cara.
Pode até ser que no mundo da
ficção o Stefan seja o mocinho, mas na vida real é o Damon quem conquistou os
fãs. Em uma pesquisa quantitativa rápida e com um número bem prático aponta aproximadamente
13 milhões de resultados em pesquisas do Google para o nome Damon Salvatore,
contra um pouco mais de 10 milhões do Stefan. Os números não mentem.
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