Desde que soube da notícia de que
Neil Gaiman iria escrever outro episódio de Doctor Who minhas expectativas
estavam altas. Depois do incrível episódio da temporada passada, The Doctor's Wife, esperava que Gaiman fizesse algo incrível e realmente assustador com os
Cybermen como havia sido divulgado.
O novo roteiro de Gaiman tem a
difícil tarefa de encantar os fãs da série, que andam um pouco descontentes com
alguns dos episódios apresados nessa segunda metade da temporada. Entretanto, o
pesadelo prateado acaba ficando abaixo da média para aqueles com um crivo mais elevado, fazendo
com que o episódio não tenha o destaque que era esperado.
Não estou colocando em cheque o
talento de Gaiman como escritor. Acho-o fantástico. Porém, ele não se mostrou ser um
homem com infindáveis ideias e ousadia para correr riscos que eu estava
esperando. Mas sua tentativa de trazer os Cybermen sobre uma ótica mais assustadora até que funciona em alguns momentos.
A ambientação do episódio já é
por si assustadora. Um parque de diversões abandonado em um planeta traz muitas
possibilidades. Os contrastes de luz e sombra dão um tom mais sombrio, mas é
quase uma piada quando aqueles saldados aparecem do nada com armas nas mãos. A
cena não conseguiu me convencer bem e segundos depois é como se nada tivesse
acontecido. Acho que a tentativa de Gaiman de fazer uma roteiro beirando ao cômico não funcionou bem.
O maior sucesso do episódio são
os Cybermites, aquelas criaturas robóticas que parecem insetos, possuem uma
capacidade assustadora. Nesse ponto foi quando Gaiman me pareceu realmente
assustador. Havia tantas possibilidades que por vezes o roteiro de perde.
Aquela sequência em que os Cybermites parecem baratas circulando as órbitas dos
Cybermen para em seguida infectarem o Webley foi muito boa. Mostrou um tanto da
capacidade daquelas pequenas criaturas.
O novo visual dos
Cybermen também me agradou muito. Trouxe mais leveza, talvez para combinar com as novas funcionalidade desse novo lote com um curioso inexplorado upgrade. A capacidade de se movimentarem rapidamente, como se
estivesse deslizando apareceu pouco e oferecia muito mais possibilidades. Muito da nova Cyber-revamp ficou no escuro e na imaginação do Gaiman e o roteiro
acabou optando por saídas mais tradicionais como a marcha dos Cybermen em
direção ao castelo.
Talvez a intenção do roteiro
fosse causar um momento mais dramático, mas se eles poderiam se mover mais
rapidamente porque não explorar isso mais vezes? Talvez explorando um novo
rumo de possibilidades para os Cybermen as coisas teriam ficado um pouco mais assustadoras e
assim talvez Gaiman tivesse ganhado mais os fãs de DW.
O elenco de apoio não foi muito
significativo no episódio. Aquelas crianças passaram a maior parte do tempo em
coma e os saldados um tanto desajustados. O único que se salvou foi Mingau, o
imperador. Gostei da forma como Gaiman transcende um pouco os arquétipos e
retrata o imperador com uma visão mais romântica em forma de estátua no início
do episódio, para depois mostrar a verdadeira face dele como um anão simpático
e solitário. Em momentos como esse o roteiro mostra toda sua carga dramática, mas desconstrói isso aquele pedido de casamento do Imperador para a Clara.
Contudo, quem brilhou mesmo foi o
Matt alternando entre o Doctor e o alter ego Cyber-Planner. A performance de
Matt é uma das melhores coisas do episódio e deu ao Doctor uma versão mais
sombria, que poderia ser mais explorada mais adiante. Clara acabou não tendo
muito destaque e novamente veio à tona o fato dela ser a “garota impossível”.
Felizmente esse mistério está
perto de ser solucionado. O final do episódio deixou um clima de solução no ar.
Algumas pessoas nos Estados Unidos que compraram o blu-ray da segunda metade da
temporada recebeu no domingo o disco contendo o episódio que ainda será exibido
no próximo sábado. Um baita erro de logística.
Não quero saltar spoilers aqui,
mas pelo que eu andei lendo dos comentários sobre o episódio final desta
temporada, que promete ser épico, teremos grandes surpresas e momentos mindblow. Vou tentar colocar minha
ansiedade e expectativa no bolso, pois essa temporada mostrou que grandes e
boas ideias podem ser decepcionantes.
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