segunda-feira, 13 de maio de 2013

[REVIEW] Doctor Who – 7x12 – Nightmare in Silver



Desde que soube da notícia de que Neil Gaiman iria escrever outro episódio de Doctor Who minhas expectativas estavam altas. Depois do incrível episódio da temporada passada, The Doctor's Wife, esperava que Gaiman fizesse algo incrível e realmente assustador com os Cybermen como havia sido divulgado.



O novo roteiro de Gaiman tem a difícil tarefa de encantar os fãs da série, que andam um pouco descontentes com alguns dos episódios apresados nessa segunda metade da temporada. Entretanto, o pesadelo prateado acaba ficando abaixo da média para aqueles com um crivo mais elevado, fazendo com que o episódio não tenha o destaque que era esperado.

Não estou colocando em cheque o talento de Gaiman como escritor. Acho-o fantástico. Porém, ele não se mostrou ser um homem com infindáveis ideias e ousadia para correr riscos que eu estava esperando. Mas sua tentativa de trazer os Cybermen sobre uma ótica mais assustadora até que funciona em alguns momentos.

A ambientação do episódio já é por si assustadora. Um parque de diversões abandonado em um planeta traz muitas possibilidades. Os contrastes de luz e sombra dão um tom mais sombrio, mas é quase uma piada quando aqueles saldados aparecem do nada com armas nas mãos. A cena não conseguiu me convencer bem e segundos depois é como se nada tivesse acontecido. Acho que a tentativa de Gaiman de fazer uma roteiro beirando ao cômico não funcionou bem.

O maior sucesso do episódio são os Cybermites, aquelas criaturas robóticas que parecem insetos, possuem uma capacidade assustadora. Nesse ponto foi quando Gaiman me pareceu realmente assustador. Havia tantas possibilidades que por vezes o roteiro de perde. Aquela sequência em que os Cybermites parecem baratas circulando as órbitas dos Cybermen para em seguida infectarem o Webley foi muito boa. Mostrou um tanto da capacidade daquelas pequenas criaturas.

O novo visual dos Cybermen também me agradou muito. Trouxe mais leveza, talvez para combinar com as novas funcionalidade desse novo lote com um curioso inexplorado upgrade. A capacidade de se movimentarem rapidamente, como se estivesse deslizando apareceu pouco e oferecia muito mais possibilidades. Muito da nova Cyber-revamp ficou no escuro e na imaginação do Gaiman e o roteiro acabou optando por saídas mais tradicionais como a marcha dos Cybermen em direção ao castelo.

Talvez a intenção do roteiro fosse causar um momento mais dramático, mas se eles poderiam se mover mais rapidamente porque não explorar isso mais vezes? Talvez explorando um novo rumo de possibilidades para os Cybermen as coisas teriam ficado um pouco mais assustadoras e assim talvez Gaiman tivesse ganhado mais os fãs de DW.

O elenco de apoio não foi muito significativo no episódio. Aquelas crianças passaram a maior parte do tempo em coma e os saldados um tanto desajustados. O único que se salvou foi Mingau, o imperador. Gostei da forma como Gaiman transcende um pouco os arquétipos e retrata o imperador com uma visão mais romântica em forma de estátua no início do episódio, para depois mostrar a verdadeira face dele como um anão simpático e solitário. Em momentos como esse o roteiro mostra toda sua carga dramática, mas desconstrói isso aquele pedido de casamento do Imperador para a Clara.

Contudo, quem brilhou mesmo foi o Matt alternando entre o Doctor e o alter ego Cyber-Planner. A performance de Matt é uma das melhores coisas do episódio e deu ao Doctor uma versão mais sombria, que poderia ser mais explorada mais adiante. Clara acabou não tendo muito destaque e novamente veio à tona o fato dela ser a “garota impossível”.

Felizmente esse mistério está perto de ser solucionado. O final do episódio deixou um clima de solução no ar. Algumas pessoas nos Estados Unidos que compraram o blu-ray da segunda metade da temporada recebeu no domingo o disco contendo o episódio que ainda será exibido no próximo sábado. Um baita erro de logística.

Não quero saltar spoilers aqui, mas pelo que eu andei lendo dos comentários sobre o episódio final desta temporada, que promete ser épico, teremos grandes surpresas e momentos mindblow. Vou tentar colocar minha ansiedade e expectativa no bolso, pois essa temporada mostrou que grandes e boas ideias podem ser decepcionantes. 


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