Com personagens bem desenhados e devidamente
desenvolvidos no piloto, Brooklyn Nine-Nine pode se tornar a melhor comédia
estreante se não perder o brilho a capacidade que mostrou ter. Confesso que não
ria tanto em uma estreia desde Partners, no ano passado.
Contudo, o caminho para a
renovação é complicado. Ainda mais porque Brooklyn Nine-Nine começa com uma
tarefa difícil: fazer uma comédia policial. Fazer comédia já é uma coisa
complicada, e quando envolves crimes, assassinatos e outras coisas “sérias” ou
até mesmo "tabus", que só são quebrando quando o humor é negro, a coisa não pode
ficar muito bem na tela. Felizmente a série encontrou um tom que permite
trabalhar com esses temas sem perder o brilho. Agora é só correr para o abraço e se divertir!
Nesse quesito tenho que
parabenizar os criadores Dan Goor e Michael Schur (de Parks and
Recreation). Gostei da forma como eles intensificaram os estereótipos dos
personagens e invertendo alguns rótulos. Afinal, de cara você não poderia
imaginar que o capitão linha dura Ray Holt (Andre Braugher), é gay. Achei isso fantástico. No começo o próprio roteiro brinca com essa revelação, até você constatar que é verdade e cair na gargalhada.
O protagonista, o nada sério
detetive Jake Peralta (Andy Samberg) é uma figura. O cara parece aqueles crianções
típicos em besteiróis americanos, que não parece levar seu trabalho muito a
série, mas mesmo assim é considerado uns dos melhores detetives do regimento. O
roteiro tem muito disso de subverter o politicamente correto e padrões
estabelecidos.
Não chegaria a dizer que isso é
algo “inovador”, mas para mim essa forma que os criadores trabalham os
personagens é algo totalmente novo, para mim. Talvez a personagem mais padrão
(ou fora dos padrões, dependendo a referência) é a detetive Amy Santiago
(Melissa Fumero). A moça tem sete irmãos (gente, SETE irmãos!) e tenta o tempo
todo mostrar que é linha dura. Imagino a infância difícil que essa CRIATURA
teve.
Gostei também como o roteiro
trabalhou a tensão entre a Amy e o Jake. Dá para sacar que rola uma química, uma
tensão sexual entre os dois. Essa paixão só não está mais na cara do que os
sentimentos do o detetive Charles Boyle (Joe Lo Truglio) pela colega e também
detetive Rosa Diaz (Stephanie Beatriz). A moça parece ser dura na queda e não
facilita para o cara, que faz aquele tipo quarentão ingênuo e com pouca
experiência no departamento Relacionamento com Mulheres. Gente, o que foi aquela cena com o muffin? Tive que voltar para rever tudo de novo.
Completando o elenco temos o
sargento Terry Jeffords (Terry Crews), que acaba de ter duas filhas gêmeas e
por causa disso anda tendo dificuldades de agir na linha de fogo. Ele parecer
ser o maior aliado do Capitão Ray Holt na tentativa que colocar ordem na
galerinha. Ainda temos a secretária Gina
Linetti (Chelsea Peretti), que além de sabe da vida de todo mundo me parece uma
maníaca por sexo.
Espero que você tenha tomado nota em tudo que está marcado no começo desta postagem. Há quem discorde, eu sei. Mesmo assim acredito muito no potencial que Brooklyn
Nine-Nine mostrou esse piloto. Adorei a cretinice de subverter o que muitas vezes é obvio, de fugir dos "padrões" e ainda parecer interessante e engraçada. Espero que a audiência responda positivamente. Desta forma, a série tem tudo para dar certo e nos presentear com boas doses
de risada todas as semanas. Afinal, uma boa comédia na tv aberta americana está fazendo falta.
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