Já faz um tempo que estou
“desgostosso” com Grey’s Anatomy. Nessa reta final o enredo resolveu destruir
todas as boas expectativas. Sei que seria difícil imaginar a felicidade rolando
solta na série, mas a impressão que eu tenho é que os roteiristas adoram
estragar a boa harmonia (que também funciona) gratuitamente.
Nesses dois episódios senti mais
uma vez que a bolha, que se tornou o relacionamento de Calzona, estava prestes
estourar. Não sei se acontece só comigo, mas fico tenso nas cenas das duas.
Qualquer palavra que parece fora do lugar pode ser motivo para uma briga. Chamaria
de precipitada a decisão de elas terem outro filho. Apenas mais uma tentativa
de preencher o vazio que elas sentem na vida sentimental.
A máquina que ler sentimento do
Derek deixou isso bem claro. Callei não está feliz. A decisão de ter outro
filho partiu dela. Não sei o que está provocando a “miopia” dela, mas acreditar
que uma nova criança vai trazer a felicidade que ela tanta almeja não é caminho
mais sensato. Muito menos tirar o "cara ou coroa" para saber que irá engravidar. Uma atitude infantil para personagens maduros. Pensei que elas fossem mais inteligentes que isso.
April e Jackson também estão
passando por um mau momento. O casal não anda se dando bem e todo episódio tem
um motivo para desentendimento. Roupa suja (ou a falta de roupa limpa), desperdício
de dinheiro com cafezinhos, até as decisões dos pacientes entraram em pauta na discussão
do casal. Está sendo difícil aceitar esse clima e entendo a atitude de April de
procurar refúgio em outro lugar.
Por outra lado também entendo
Jackson. Para mim é difícil aceitar que pais prefiram optar pela surdez da
filha quando há tratamento para isso. A reação da April foi exagerada. Chegar à
conclusão de que Jackson não respeitava a fé dela, pelo simples fato dele
querer que a fictícia filha do casal tivesse a chance de ouvir veio do nada. Não
consigo achar nenhuma relação com isso. Chego a pensar que Kepner tem coisas
mal resolvidas interiormente e acaba levando tudo pelo lado pessoal.
Não sei se é mais pelo fato do
Jackson ser rico ou pelo fato dele não compartilhar da mesma fé que ela. É
possível levar um bom casamento adiante quando há esses tipos de divergências.
Em ambos os casos é preciso conversar, definir limites. Como Catherine deixou
claro em algum episódio passado, eles não estão fazendo isso. Eles simplesmente pularam essa “burocracia” e
foram logo para o “felizes para sempre”. Dessa forma o casamento que mal começou já
está com os dias contados.
Meredith e Derek, entretanto,
estão passando por um período de adaptação. Toda essa estória deixa ambos bem
apagados na série. O neurocirurgião tenta organizar a vida, dedicando a maior
parte do seu tempo em teleconferências. Meredith parece estar OK com tudo isso,
mas chegará um momento em que eles terão que definir limites. O fato de ele ter
esquecido de avisá-la do paradeiros das crianças pode ter sido o primeiro deslize.
Um sinal de que não dá para dar conta de tanta coisa.
Nesse caso alguém vai ter que
abrir mão de alguma coisa. Sabemos que o estudo de Meredith não vai muito bem,
esse seria o elo fraco. Por outro lado,
é a única coisa que mantém a protagonista animada, mesmo com os resultados não
sendo tão bons. Essa instabilidade acaba abrindo mais espaço para a relação
Meredith-Cristina, que já sabemos que está com os dias contados.
Yang tem sido o grande destaque
dessa reta final, e ela irá deixar a série. É difícil não ficar temeroso com a
falta que ela irá fazer, mas por outro lado é bom saber que a série tem planos
de continuar, mesmo perdendo uma parte significante de sua história. Seria como
um transplante de fígado. O trauma é grande, mas o órgão se regenera com o
tempo. Espero que o mesmo aconteça com a série.
Por enquanto estou decepcionado por
Cristina não ter ganhado o prêmio. O roteiro foi incisivo em criar esperanças.
Poderia até ser obvio demais, mas é complicado segurar a expectativa. E esse é
o momento certo para o roteiro puxar o tapete. Agora Cristina não tem mais o
prêmio, é um momento significativo para a personagem repensar sua vida
profissional. Com certeza aparecerá uma nova oportunidade de trabalho, uma
chance de ela levar sua pesquisa para um novo nível, uma oportunidade que ela
não possa dizer não.
E falando em trabalho, a vida
dupla de Alex está chata. Acho ousada a atitude dele de trabalhar numa clínica
particular e ganhar dinheiro. Mas falta um conflito genuíno. Ele ainda não teve
coragem de enfrentar Robbins. Creio que esse não será um grande obstáculo. O
que me preocupa é o que será do Alex a partir do momento que ele tiver de
escolher definitivamente um lado. A oportunidade de um bom drama está aí. Só
espero que os roteiristas não estraguem isso.
Para finalizar a review gostaria
de comentar sobre os casos médicos estendidos. Estou gostando muito desse novo
formato. Dá espaço para aprendermos mais sobre os personagens e dá a chance dos
médicos se aprofundarem no caso. Claro que não é nada comparado ao Denny e
outros casos importantes. Mas está aí a oportunidade de fazer algo diferente.
Também há o fator curiosidade envolvido.
Por enquanto o que me deixa mais frustrado
é o caso dos irmãos que tem problema no coração. Acho que a doença deles está relacionada à
constante briga dos pais, como um mecanismo de defesa. Não sei se vocês
repararam, mas toda que um deles ficou doente, os pais estavam brigando.
O caso do menino da bolha Bailey
parece ter resolvido. Por enquanto fico animado pelo fato da personagem está
fazendo algo de significante na série. O
plot demorou em engrenar, mas agora que engatou vamos ver no que vai dar. Já o
Richard, coitado, não tem nada de substancial ainda. Espero que essa finale
traga muitas surpresas.
E aí? Quais as apostas de vocês
para a season finale?
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