terça-feira, 22 de abril de 2014

[REVIEW] Grey’s Anatomy – 10x19/20 – I’m Winning/Go It Alone


Já faz um tempo que estou “desgostosso” com Grey’s Anatomy. Nessa reta final o enredo resolveu destruir todas as boas expectativas. Sei que seria difícil imaginar a felicidade rolando solta na série, mas a impressão que eu tenho é que os roteiristas adoram estragar a boa harmonia (que também funciona) gratuitamente.


Nesses dois episódios senti mais uma vez que a bolha, que se tornou o relacionamento de Calzona, estava prestes estourar. Não sei se acontece só comigo, mas fico tenso nas cenas das duas. Qualquer palavra que parece fora do lugar pode ser motivo para uma briga. Chamaria de precipitada a decisão de elas terem outro filho. Apenas mais uma tentativa de preencher o vazio que elas sentem na vida sentimental.


A máquina que ler sentimento do Derek deixou isso bem claro. Callei não está feliz. A decisão de ter outro filho partiu dela. Não sei o que está provocando a “miopia” dela, mas acreditar que uma nova criança vai trazer a felicidade que ela tanta almeja não é caminho mais sensato. Muito menos tirar o "cara ou coroa" para saber que irá engravidar. Uma atitude infantil para personagens maduros. Pensei que elas fossem mais inteligentes que isso.

April e Jackson também estão passando por um mau momento. O casal não anda se dando bem e todo episódio tem um motivo para desentendimento. Roupa suja (ou a falta de roupa limpa), desperdício de dinheiro com cafezinhos, até as decisões dos pacientes entraram em pauta na discussão do casal. Está sendo difícil aceitar esse clima e entendo a atitude de April de procurar refúgio em outro lugar.

Por outra lado também entendo Jackson. Para mim é difícil aceitar que pais prefiram optar pela surdez da filha quando há tratamento para isso. A reação da April foi exagerada. Chegar à conclusão de que Jackson não respeitava a fé dela, pelo simples fato dele querer que a fictícia filha do casal tivesse a chance de ouvir veio do nada. Não consigo achar nenhuma relação com isso. Chego a pensar que Kepner tem coisas mal resolvidas interiormente e acaba levando tudo pelo lado pessoal.

Não sei se é mais pelo fato do Jackson ser rico ou pelo fato dele não compartilhar da mesma fé que ela. É possível levar um bom casamento adiante quando há esses tipos de divergências. Em ambos os casos é preciso conversar, definir limites. Como Catherine deixou claro em algum episódio passado, eles não estão fazendo isso.  Eles simplesmente pularam essa “burocracia” e foram logo para o “felizes para sempre”.  Dessa forma o casamento que mal começou já está com os dias contados.

Meredith e Derek, entretanto, estão passando por um período de adaptação. Toda essa estória deixa ambos bem apagados na série. O neurocirurgião tenta organizar a vida, dedicando a maior parte do seu tempo em teleconferências. Meredith parece estar OK com tudo isso, mas chegará um momento em que eles terão que definir limites. O fato de ele ter esquecido de avisá-la do paradeiros das crianças pode ter sido o primeiro deslize. Um sinal de que não dá para dar conta de tanta coisa.


Nesse caso alguém vai ter que abrir mão de alguma coisa. Sabemos que o estudo de Meredith não vai muito bem, esse seria o elo fraco.  Por outro lado, é a única coisa que mantém a protagonista animada, mesmo com os resultados não sendo tão bons. Essa instabilidade acaba abrindo mais espaço para a relação Meredith-Cristina, que já sabemos que está com os dias contados.

Yang tem sido o grande destaque dessa reta final, e ela irá deixar a série. É difícil não ficar temeroso com a falta que ela irá fazer, mas por outro lado é bom saber que a série tem planos de continuar, mesmo perdendo uma parte significante de sua história. Seria como um transplante de fígado. O trauma é grande, mas o órgão se regenera com o tempo. Espero que o mesmo aconteça com a série.

Por enquanto estou decepcionado por Cristina não ter ganhado o prêmio. O roteiro foi incisivo em criar esperanças. Poderia até ser obvio demais, mas é complicado segurar a expectativa. E esse é o momento certo para o roteiro puxar o tapete. Agora Cristina não tem mais o prêmio, é um momento significativo para a personagem repensar sua vida profissional. Com certeza aparecerá uma nova oportunidade de trabalho, uma chance de ela levar sua pesquisa para um novo nível, uma oportunidade que ela não possa dizer não.


E falando em trabalho, a vida dupla de Alex está chata. Acho ousada a atitude dele de trabalhar numa clínica particular e ganhar dinheiro. Mas falta um conflito genuíno. Ele ainda não teve coragem de enfrentar Robbins. Creio que esse não será um grande obstáculo. O que me preocupa é o que será do Alex a partir do momento que ele tiver de escolher definitivamente um lado. A oportunidade de um bom drama está aí. Só espero que os roteiristas não estraguem isso.

Para finalizar a review gostaria de comentar sobre os casos médicos estendidos. Estou gostando muito desse novo formato. Dá espaço para aprendermos mais sobre os personagens e dá a chance dos médicos se aprofundarem no caso. Claro que não é nada comparado ao Denny e outros casos importantes. Mas está aí a oportunidade de fazer algo diferente. Também há o fator curiosidade envolvido.

Por enquanto o que me deixa mais frustrado é o caso dos irmãos que tem problema no coração.  Acho que a doença deles está relacionada à constante briga dos pais, como um mecanismo de defesa. Não sei se vocês repararam, mas toda que um deles ficou doente, os pais estavam brigando.

O caso do menino da bolha Bailey parece ter resolvido. Por enquanto fico animado pelo fato da personagem está fazendo algo de significante na série.  O plot demorou em engrenar, mas agora que engatou vamos ver no que vai dar. Já o Richard, coitado, não tem nada de substancial ainda. Espero que essa finale traga muitas surpresas.

E aí? Quais as apostas de vocês para a season finale?

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