E eu me pergunto: Com que roupa que eu vou pro samba que Dallas
me convidou?
Minha gente, eu sei que é repetitivo e já virou chover no
molhado, mas ainda não estou preparado para esse ritmo frenético de Dallas não!
Desde que a série começou, cada episódio é uma reviravolta e
não tivemos sequer um momento da série que podemos chamar de monótono ou ruim. Monótono,
aliás, é uma palavra que não existe nos dicionários de Dallas, e se a série
teve esse ritmo nos episódios mais corriqueiros, alguém aí achou que seria
diferente na season finale?
E é com a boca cheia que eu digo que “Dallas” fez o que sabe
fazer de melhor: Sambar na cara da sociedade! E nesse episódio o samba foi
daqueles fortes, de raiz mesmo, e tudo o que foi apresentado, não passou nem
pelas minhas hipóteses mais malucas.
E sem mais delongas, logo no início já ficamos sabendo do
que era evidente: No meio daquele furdunço todo do episódio anterior, quem foi
baleado foi Tommy, que agora se despede de Dallas, ficando apenas na promessa
de viver um affair com Ann. E foi aí que foi levantada a minha primeira
suspeita sobre o que estava por vir: Com apenas uma ligação, Rebecca convocou
um time tático com a mesma eficiência da SWAT tudo para limpar todo e qualquer
rastro de seu envolvimento no assassinato de Tommy, bem como dar um fim no
corpo do moço, o que já é mais do que prova que Rebecca não é qualquer
golpista, mas conta com gente com muito mais poder do que se imagina. A revelação
então de que ela na verdade é filha de Cliff Barnes, que sempre teve o intuito
de roubar Southfork dos Ewing, caiu como uma luva e deixou tudo bem amarrado,
dando a prova de que Dallas apesar de ter um ritmo alucinante, não é um trem
desgovernado marcado por acontecimentos aleatórios, mas sim uma série com um
embasamento e planejamento bacana.
Isso explica de uma vez por todas a que Cliff Barnes, até
então avulso, veio fazer na trama. Algo muito além do que uma citação a série
original, Cliff de uma vez por todas é o novo vilão do pedaço e coloca Becca
também nesse posto. Quem apostava na redenção da moça, pode tirar o cavalinho
da chuva, porque agora a guerra vai ser feia e declarada. O mais legal é que
deram uma explicação coerente para tudo, até para o fato de Christopher não ter
encontrado um delito sequer no nome de “Rebecca Sutton”, tudo porque esse não é
o nome verdadeiro da golpista, que até então ainda é desconhecido. Fato que
leva Dallas ao patamar de série com o maior número de personagens a cometer
crime de falsidade ideológica da história da Televisão. Em apenas 10 episódios,
2 personagens já utilizaram dessa artimanha.
Só esse plot para mim já estaria de bom tamanho para
encerrar com chave de ouro a temporada de estréia da série, mas o núcleo Ewing
também estava em chamas nesse episódio de encerramento. Era muito óbvio que
aquele clima de “paz em família” tinha um prazo muito curto de validade, mas
estava tudo em uma paz tão boa, que até fiquei com pena quando todo mundo
começou a arrancar as cabeças um dos outros novamente, e por um momento quase me
esqueci de quão canalha J.R e John Ross são e senti muita pena dos dois em vários
momentos. Mas é aquela velha história: “quem
bate esquece, mas quem apanha não”. Muito inteligente da parte de Bobby usar os vilões para conseguir uma confissão e
pôr Vicente na cadeia, e mais inteligente ainda fazer J.R comer quietinho na mão
dele e guardar consigo as provas que o incrimanam também, não colocando ele na
cadeia, mas impedindo que ele volte a cruzar seu caminho de novo,virando o jogo
de forma definitiva, ou pelo menos por seis meses que é quando a série volta
as telinhas.
O que achei um pouco estranho é que John Ross estava tão
motivado aparentemente a mudar de vida, mas logo que começou a sofrer as
primeiras conseqüência de seus atos, resolveu virar ainda mais megaevil do que
era no começo da série. Ele deveria é agradecer Bobby por ter livrado ele da
cadeia, não é? Afinal, se formos parar para analisar, foi com ele que a falcatrua iniciou, e não faz o menor sentido Vicente ir preso e ele não. Mas ao invés disso, ele já planeja roubar a “Ewing Energy” de
Elena e Chris custe o que custar. A gente é que não vai reclamar, pois
queremos mesmo é ver o circo pegar fogo!
Falando neles, até o casal Chris&Elena desempacou. Apesar
de tapada, não é segredo para ninguém que gosto muito da personagem, talvez
parte disso seja pela minha simpatia pela Jordana Brewster, mas torço para que
ela e Chris se acertem desde sempre, e esse dia finalmente chegou e tudo isso 5
minutos depois de Elena descobrir toda a falcatrua de John Ross, terminando o
noivado que não durou nem meio dia, o qeu deixou o rapaz ainda mais desolado. Quem
não ficou com um pouquinho de pena de ver ele esperando por ela no escritório,
todo esperançoso?
O que notei nesse episódio, é que talvez Dallas seja uma série
sem coadjuvantes. Todos ali são personagens interessantes e tem uma trama a ser
explorada, até personagens que em outras narrativas passariam despercebidos aos
nossos olhos. O melhor exemplo disso é Ann, que roubou a cena, e no meio de tanta
coisa de qualidade, para mim se tornou a estrela do episódio. Ann mostrou que
realmente esta casada com o homem certo, pois assim como Bobby, também é um
poço de virtudes e uma heroína nata, que luta com todas as forças pelo bem
estar da família e dos amigos. Apesar de ter acontecido coisas muito mais bombásticas
no episódio, para mim uma das melhores cenas foi o embate entre ela e Harris. Quem
imaginaria uma virada de jogo dessas, com direito a escutas e agressão física
para lavar a alma? Fato é que com essa jogada Ann literalmente salvou a pele de
sua família, e principalmente de Sue Ellen, que agora já pode começar a
comemorar, pois é certeza que será a nova governadora do Texas.
Dallas conseguiu fechar sua temporada de estréia com chave
de ouro, deixando tudo com um gostinho de “quero mais e quero pra ontem” e o
melhor de tudo: Sem parecer forçado apenas para impressionar. A série realmente
tem qualidade, e se continuar apresentando esse nível na próxima temporada, tem
tudo para continuar fazendo história na TV por muitos anos.
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