Confesso que minhas expectativas
estavam altas em relação a esse episódio em particular. Principalmente pelo fato
dele ser um marco. Não é qualquer série britânica que se dá ao luxo de chegar
ao seu centésimo episódio. Deixe-me explicar. The Crimson Horror é o episódio de número 100 da série moderna, que
teve início em 2005.
Deu para entender agora o tamanho
das minhas expectativas? Quando vi a promo pensei que fosse mais um episódio
assustado ao estilo de Hide. A ambientação no estilo gótico vitoriano já tinha
tudo para ser um episódio realmente assustador. Entretanto Mark Gatiss não
soube temperar bem o roteiro.
O trabalho anterior do roteirista
na série foi Cold War, que teve lá
seus méritos. Mas o Terror Escarlate deixou muito a desejar, principalmente no
roteiro. O episódio começou num ritmo muito lento e durante os primeiros vinte
minutos nada de relevante tinha acontecido. O episódio só veio engatar nas
sequências finais, depois que o Doctor resgata Clara. Se não fosse pelas cenas
engraçadas do Strax, boa parte do episódio seria irrelevante.
A vilã do episódio, Mrs.
Gillyflower não conseguiu me convencer muito bem. A atriz está bem melhor em
sua participação em Game of Thrones.
Talvez a culpa esteja no script mal desenvolvido e com diálogos jogados. A
velha que supostamente era para ser assustadora ficou parecendo uma... vou censurar
esse meu comentário porque minha mãe me ensinou que devemos respeitar os mais
velhos.
A identidade do Mr. Sweet também
não conseguiu me provocar nenhuma surpresa. Esperava que a Grande Inteligência
estava por trás daquilo tudo. Mas aquele projeto de parasita pré-histórico só
valeu pela cena em que a Ada o esmaga com a bengala. Ada, não obstante, foi uma
das melhores coisas do episódio. A conexão dela com o Doctor, e depois as
reviravoltas na história deu a personagem uma visão tridimensional muito legal.
Outra coisa que também não gostei
no episódio foi o fato do Doctor ter recebido um destaque menor. Talvez a
intenção do roteiro fosse justamente essa, de causa um certo suspense. A
primeira insinuação do roteiro é mostrar o Doctor como o possível assassino, já
que era sua imagem que estava gravada no olho do jornalista que morreu. O
roteiro mais adiante desconstruiu toda essa ideia nos flashbacks.
Não gostei dessa saída adotada
pelo roteiro. Aliás, o roteiro foi campeão de más escolhas. A sequência em que velha cai da escada e morre
foi ruim também. E o cúmulo foi aquela cena final quando Clara chega em casa e
vê aquelas fotos no computador. Do nada as crianças sacam que ela é uma
viajante do tempo.
A coisa foi tão repentina que não
deu tempo nem de processar bem. Talvez o Gaiman vai precisar de mais companions para seu episódio. Contudo,
isso não justifica a deplorável sequência final. Em momentos assim DW me
decepciona. Espero que o próximo episódio supere todas as minhas expectativas.
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