E mesmo quando Arrow parece que vai pisar no freio, eis que
somos surpreendidos.
Durante boa parte do episódio 20, estava eu, em minha inocência, me perguntando
por que raios Arrow estava nos apresentando um episódio procedural, sem
qualquer ligação com o contexto mitológico da série, quando estamos tão próximos
da conclusão de sua temporada de estréia. Não estou dizendo que o episódio foi
ruim, na verdade, ele foi muito bom e teve uma história extremamente bem
construída e envolvente, que mesmo que não tivesse a conclusão que teve, ainda
sim seria um bom episódio. Mas a verdade é que todo o drama do vilão da semana,
que colocou em risco a vida de Laurel e seu protegido, serviu na verdade apenas
de pano de fundo e pretexto para por em prática uma virada na série em vários
de seus núcleos, que até então não sabíamos como poderia ocorrer.
A primeira delas, claramente é a história de Laurel e Oliver, que parece que
enfim irá superar as insinuações e apostar em um envolvimento real entre o
casal e tentar de certa forma resolver os danos e cicatrizes do passado. Achei
bem interessante apostarem na aproximação dos dois justamente através da desistência
de Tommy, por saber que por mais que ambos queiram nada irá superar a história
que Laurel e Oliver tiveram. Eles são aquele tipo de casal, que apesar de
separados, sempre estarão marcados um no outro, e era nítido dizer que o
relacionamento deles já se iniciou com prazo de validade para acabar. Apesar de
toda generosidade, continuo com um pé atrás com Tommy, e acho que ele não irá
aceitar tão bem assim abrir mão de Laurel, o que só faz aumentar minhas
suspeitas sobre o potencial de vilão no personagem.
E se temos um vilão potencialmente em ascensão, eis que um
herói também pouco a pouco vem ganhando espaço e se construindo de forma
extremamente cuidadosa na série. Não fazia idéia de como iriam conseguir cruzar
a história de Roy e Oliver, para que os dois viessem a se tornar a dupla imbatível
que conhecemos dos quadrinhos, mas essa resposta começou a ser dada no episódio
19, em que Oliver
salva a vida de Roy. Quer motivação melhor que essa para uma lealdade e
parceria na luta contra o mal? Gosto da forma que estão dando andamento a história
através do sentimento de gratidão de Roy, que como ele mesmo disse, conectou de
forma efetiva sua vida com a de Oliver, e gosto ainda mais do fato de Thea
estar envolvida diretamente na busca de Roy pelo Arqueiro, o que nos faz pensar
que a adição dela como Speedy no time de heróis irá se dar mais rápido do que imaginávamos.
Claro que diferente de Roy ela ainda tem muito a crescer como personagem e
ainda tem muito o que treinar para se tornar uma heroína, mas o caminho está
sendo construído, e já começo a ter um vislumbre do possível time de heróis em
ação.
Mas toda a introdução dada no episódio 20 em todas as histórias,
era apenas a pontinha do iceberg e apenas um tira gosto para o que veríamos no
episódio seguinte, que pode ser considerado um dos mais consistentes e
reveladores que tivemos na série até agora. O ponto forte para mim no episódio
foi a mudança no foco narrativo, que pela primeira vez na série se guiou através
flashbacks focados na vida dos personagens ANTES do naufrágio do barco de
Oliver, e não nos tradicionais flashbacks da ilha como estamos acostumados, o
que foi interessantíssimo para nos mostrar de fato a origem da organização formada
por Merlin, Queen e outros magnatas e que deu origem a famosa lista de nomes
que Oliver carrega consigo. A Maior surpresa para mim está em saber de que na
verdade as intenções dos membros integrantes da trupe eram boas, e se guiavam
justamente pelo senso de justiça e de colocar os bandidos que assombravam os
Glades atrás das grades, e tirar dos ricos para dar aos pobres, fazendode
Starling City um lugar mais segurom justamente como o próprio Oliver faz. Mas como já é de praxe,
em uma grupo de boas intenções, sempre há uma laranja podre que no fim acaba
por contaminar todo o grupo, e aqui esse papel se materializa na pessoa de
Merlin. É interessante ver que de certa forma estão explorando a humanização do
personagem, que assim como os outros, começou seu plano tendo boa intenções,
mas que por algum motivo acabou engolido pela sede de vingança o levando a
tomar medidas extremistas, como a planejar uma destruição em massa no Glades,
mesmo que isso custe a vida de inocentes. Gosto dessa abordagem por diferenciar
o vilão dos personagens caricatos que vemos nesse posto, que muitas vezes nem
tem motivações plausíveis sara seus atos, mas ainda fico na dúvida se Merlin
realmente age por vingança, ou se tem mais nessa história do que nos está sendo
passado.
E em um episódio de revelações, esses plot twists também se estenderam na
linha temporal atual da história, principalmente por enfim trazer Walter de
volta a trama, e pela descoberta do seu paradeiro ter sido feita justamente por
Oliver, o que naturalmente levou o Arqueiro a verdade sobre o envolvimento de
Moira e Merlin na história, e que consequentemente irá levá-lo a respostas
sobre tod a aorganização. É interessante ver que o nosso herói finalmente está descobrindo
onde se encontra dentro do seu contexto, e sabendo que são os reais vilões que
lutam contra ele mesmo que debaixo dos panos. Depois disso, acredito que seja só
uma questão de tempo até ele ligar a identidade de Merlin ao Arqueiro Negro, e
aí sim começar uma guerra declarada de mocinhos e vilões.
Já nos flashbacks da ilha, a trama continua a ser
desenvolvida de forma curiosa, brincando em maior parte do tempo com a
dualidade dos personagens. Yao Fei se mantém ainda como uma verdadeira incógnita
na série, oscilando sempre entre as insinuações de ser um mocinho, mentor de
nosso Arqueiro, ou de um vilão, aliado da milícia. Talvez aqui esteja minha única
crítica a toda a história de Arrow. É um pouco inconveniente, e talvez um pouco
forçado, ver o personagem a essa altura do campeonato ainda tão raso e sem
sabermos de suas reais motivações e quem de fato ele é dentro desse universo. Mas
com todas as reviravoltas que estamos tendo, e com a season finale já batendo
nessa porta, não será detalhes como esse que irá nos fazer desistir de uma
trama que vem demonstrando tanta consistência em uma tenporada praticamente que
inteiramente introdutória
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