[REVIEW] The Vampire Diaries– 4x20 – The Originals

A primeira espiadinha na saga dos Originais.

E enfim chegou o dia que todos nós aguardávamos. Seja pela empolgação ou seja pelo temor de saber se Julie Plec iria dar aos Originais uma história digna ou iria desconstruir nossos personagens favoritos da forma que só ela sabe fazer, o primeiro spin-off de The Vampire Diaries causou um grande rebuliço na mídia. Fico muito feliz em dizer, que sim, Julie Plec soube acertar o tom dessa vez e entregar uma trama tão interessante (se não mais) quanto The Vampire Diaries.

Não digo que o episódio “piloto” (se assim podemos dizer) da série foi uma obra-prima e um episódio de tirar o fôlego. O episódio teve muitos defeitos que irei comentar, e honestamente estava esperando por algo mais “breathtaking”, mas algo inexplicável ganhou muito da minha simpatia na forma como a história foi conduzida e principalmente no clima que a história conseguiu passar na tela, que conseguiu se distanciar bastante de The Vampire Diaries. Meu maior temor quanto a esse spin-off era exatamente esse. Ver uma série que talvez soasse apenas como “The Vampire Diaries em mais um dia da semana”, mas sinto que The Originals conseguiu transcrever e passar para o público o seu próprio estilo e sua própria identidade. A maior diferença é que The Originals soa como uma série mais livre e ousada, afinal em New Orleans as coisas sobrenaturais parecem ficar mais às claras, e não encobertas como em Mystic Falls, o que permite uma abordagem mais livre e natural sobre o tema, e por que não dizer mais adulta?

Mas como eu disse, o piloto apresentou algumas falhas, e a primeira delas é justamente o motivo para Klaus deixar Mystic Falls e voltar para New Orleans. Esperava uma motivação mais convincente, e essa motivação ter vindo de uma simples carta deixada por Katherine avisando que havia alguém tramando algo contra Niklaus extremamente vazia, me deixando a sensação de que foi inventada em cima da hora para apressar a apresentação da nova série. Essa minha resistência se acentuou ao ver que Jane-Anne, a bruxa que tiraria o sono de Klaus e talvez fosse sua maior inimiga, morre quase que repentinamente no início do episodio, o que fez tudo parecer ainda mais sem propósito. Outra contradição, é que Katherine diz a Klaus que Jane-Anne tramava algo CONTRA Klaus, mas o que dá a entender é que na verdade ela quer usá-lo  como um aliado

Mas não vou me ater a esses míseros detalhes, pois como comentei, The Originals me soou bastante promissora a longo prazo, e acredito que daqui a algum tempo estarei mais apegado a ela do que TVD.

E mesmo com The Originals sendo uma série as avessas, na qual o vilão é protagonista, toda série que se preze também tem que ter um bom antagonista, e na série de Klaus esse papel fica a cargo de Marcel. Sempre me perguntei o que seria forte o suficiente para manter Klaus longe da vida dos Salvatore, e não poderia pensar em uma resposta mais convincente para o personagem do que a sede de poder e a vontade de ser rei. Klaus cansou de dramas adolescentes, e quer sentir o poder da realeza de volta em sua vida. Ele quer uma família (já que a sua desmoronou), quer escravos, quer respeito e reconhecimento (afinal, ele é um Original) e para conquistar tudo isso ele terá que bater de frente com Marcel, que assumiu seu legado após a partida de Klaus. É interessante assistir uma série onde não se tem mocinhos, por assim dizer. Em The Originals, só temos vilões  cada um com seu ponto de vista distorcido lutando pelos seus ideais errôneos. Para se ter uma torcida, o publico terá que se conectar mais a simpatia que tem pelos personagens do que pelos conceitos morais, o que pode acabar sendo bem interessante.

Ao que parece, o cargo de mocinhas ficará por conta das bruxas, e já digo que para mim a introdução de um núcleo completo de feiticeiras só tem a acrescentar a série. A magia na mitologia de TVD sempre serviu como uma faca de dois gumes, pois sempre achei uma estratégia falha e preguiçosa usar um feitiço ou outro para resolver grandes embates na história, mas não há como negar que toda a mitologia que cerca as bruxas pode soar bem interessante se for desenvolvida de uma forma mais consistente do que vimos acontecer com Bonnie. Fica claro que em The Originals essa trama terá um espaço muito maior, tendo tanta importância como a trama dos vampiros, e a partir da personagem de Sophie, uma abordagem mais mitológica se torna inevitável.

Falando em interessante, vamos falar de Phoebe Tonkin e sua Hayley, que teve pouquíssimo espaço na trama mãe “The Vampire Diaries”, mas que agora parece ser parte fundamental da trama a ser desenvolvida em The Originals. Sempre me perguntei o que uma personagem tão sem destaque poderia fazer para se firmar na série, e tive minha resposta da forma mais inesperada possível. Já estou ouvindo muita gente reclamar dessa história de Hayley estar gerando o filho de Klaus, e muitas comparações com Crepúsculos parecem inevitáveis. Eu, particularmente, achei que a abordagem dessa trama pode agregar muito ao universo de TVD/The Originals, principalmente por se ter uma justificativa plausível. Temos que lembrar que antes de Klaus ser um vampiro, ele já era um lobisomem, e como sabemos, lobisomens são sobrenaturais, porém mortais, que podem muito bem ter filhos, tanto que herença da mutação se dá pela hereditariedade. Esse plot vem para enriquecer mais o universo da série, mas também para fazer do personagem de Klaus algo menos caricato e mais humano. Sempre fui contra a ideia de transformar Klaus em mocinho completo, pois isso descaracterizaria o personagem, mas quando estamos falando de um protagonista, é fundamental que ele tenha profundidade e conflitos, formando camadas em sua personalidade. É interessante abordarem o quanto talvez Klaus se sinta sozinho e o quanto uma família pode ser importante na vida dele, e isso está sendo tratado de uma forma tão sutil e natural que se torna quase impossível qualquer tipo de rejeição do publico que o acompanha. E quem diria que Klaus poderia lutar para proteger seu rebento? Talvez mais por interesse do que por amor por seus laços sanguíneos, mas aos poucos certamente veremos o personagem sucumbir a família

Só não consigo imaginar como irão abordar a história de um bebê que nasce naturalmente híbrido, e como isso pode auxiliar na luta das bruxas e Klaus contra Marcel. Será que teremos um crescimento acelerado a lá Renesmee? Espero que saibam abordar a trama de forma inteligente e mitológica, afinal a mitologia de sempre foi um ponto forte em TVD, e The Originals tem tudo para manter esse diferencial.

Ainda falta muita coisa a se explicar, como o que fará Rebekah e Elijah se estabelecerem também em New Orleans, e também resta saber qual será o papel de Camille na trama, que por enquanto só nos deixou uma insinuação de um possível triangula amoroso formado por ela, Klaus e Hayley. Mas tudo isso só iremos descobrir na fall season, e só por essa previa que vimos, já posso dizer que a série já tem lugar garantido na minha grade.