Há quem diga que a música é cosmopolita.
Tenho que discordar. Tá certo que vivemos em um cenário musical marcado por
grandes artistas internacionais e que tudo que toca na rádio é POP — no sentido
de popular. Mas que a verdade seja dita. O cenário musical, de uma forma geral
e em todas suas particularidades, é plural.
E por mais que aqui no Crossover
impere o estilo underground/alternativo com umas pitadas de MPB e música latina,
a diversidade faz parte de nós. E por mais que seu estilo musical seja Cult,
sempre haverá aquele funkeiro sem fone de ouvido no ônibus e/ou metrô, ou até
mesmo aquele vizinho chato que adora compartilhar seu gosto musical com o
bairro inteiro.
Então, fica difícil fugir da diversidade e do gosto musical alheio, principalmente quando fazem questão de compartilhar uma seleta playlist com temas e letras que podem fazer você tremer na base. Talvez, em toda sua genialidade, Douglas Adams estivesse prevendo isso ao escrever sobre a poesia Vogon, a terceira pior no Universo, famigerado Guia do Mochileiro das Galáxias.
Então, PRE-PA-RA para começar o
mês de julho com umas das músicas mais populares da atualidade, que junto com
Ragatanga acaba de entrar para a história da Música da Semana mais controversa
da história do Crossover. Aos meus amigos do blog, sinto muito, mas não pude
resistir.
A primeira vez que tive contato
com a musicalidade de Anitta (não encontrei outro termo melhor para descrever o “talento”
dessa artista) foi através de uns colegas da faculdade, que entre uma aula e outra
ficavam cantarolando as tiradas mais MARCANTES da música. Resultado foi que até
as mais santinhas se entregaram de vez aos deleites do funk carioca.
Confesso que não tenho
referências de funk, mas a letra da música não é nenhuma obra prima e as rimas
são bem óbvias, porém isso faz com que a música seja como um chiclete na sua
cabeça. De repente você pode se pegar pensando aleatoriamente em “PRE-PA-RA”.
Sem dúvidas essas “acessibilidade” da música só teve a contribuir para ela se
tornar tão popular.
No quesito vídeo clipe, também
não é uma obra prima, mas a direção tem uns insights interessantes e a direção
de arte é bem harmônica. Até agora só não entendi bem o porquê de o vídeo ser
em preto e branco. Acredito que a cor tem um apelo muito forte para o gênero
funk. Mas isso não influenciou muito e vídeo conseguiu bons números de visualização no YouTube e a música está no TOP 10 dos sites brasileiros de letras de música.
Agora PRE-PA-RA e se joga!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Tem que ser o Ricardo mesmo!!!!
ResponderExcluirMas vamos lá....
O que eu vou dizer aqui pode surpreender muita gente, mas acho a Anitta ótima DENTRO DO ESTILO DELA!(Que isso fique bem claro). Arrisco-me até a dizer que ela é a melhor e mais descente representante que o gênero já teve.
Funk está bem longe de ser minha praia, e dificilmente algum dia será, mas acho que o diferencial da Anitta é que (além de ser extremamente linda)ela traz um funk que se a gente reparar bem, tem mais a ver com o pop do que o funk em si.
Discordo sobre sua crítica ao clipe ser preto e branco. O clipe foi feito dessa forma propositalmente justamente para tentar de alguma forma dar um ar mais "classudo" ao funk. E a fotografia do vídeo contribui bastante até para dar um ar mais internacional a ele.
Acho que a tentativa desses artistas novos (Annita e Naldo) é tentar de alguma forma "elitizar" o estilo que é muitas vezes marginalizado, e se continuarem desse jeito, é bem capaz de conseguirem.
Tenho que concordar com você. Há evidentemente uma tentativa de elitizar e funk e trazê-lo a cena da música nacional que tantos preconceitos. Se formos olhar a história, foi assim que o samba começou. Quem sabe daqui a uns anos o funk já seja parte integrante do cerne da música popular brasileira.
ExcluirHAHAHA', confesso que tambem cogitei alguma postagem sobre essa música.
ResponderExcluirMe julguem.