Levado mais pela curiosidade do que
pela boa vontade, me aventurei em conferir, no que é descrito por alguns, como
a “nova Lost”. É muito pretensioso rotular assim uma série que teve apenas um
episódio exibido. E mesmo que “Under The Dome” tenha feito uma boa estreia, vai
ser preciso muito feijão com arroz para chegar lá!
Com roteiro de Brian K.
Vaughan, Lost (cof. cof.), ”Under The Dome” é uma adaptação para a telinha
do best seller homônimo de ficção,
escrita pelo aclamado Stephen King. Nunca tive a boa vontade, nem oportunidade
e muito menos o dinheiro sobrando necessários para comprar e ler uma obra de
King. Pela pesquisa rápida que fiz no Google, o cara é O cara. Então, ao longo
deste texto não espere comparações, nem paralelismo entre as duas obras.
O episódio começa de uma maneira bem peculiar.
O cenário da floresta com aquele corvo voando, fez-me pensar que alguma bruxa
ou qualquer coisa do tipo iria aparecer, mas era só o protagonista com vários
clichês enterrando um cara morto no meio do nada. Quando esse cara estava
aparentemente saindo da cidade, não vê as vacas no meio da estrada e acaba
sofrendo um pequeno acidente. Enquanto ele se frustrava com o pneu de seu
possante furado e nenhum estepe reserva, uma redoma invisível e a prova de som, caminhões, vacas e monomotores,
surge em torno de toda a cidade.
O roteiro mantém certo suspense sobre
o nome do moço, mas lá para o meio revela que o apelido dele é Barbie. Com um
apelido desses, devo imaginar que o aparente ex-militar sofria muito bullying
dos companheiros de farda, obrigando-o a abandonar a carreira militar e apostar num estilo de vida mais alternativo. Ainda não sabemos o porquê de ele estar na cidade,
mas aparentemente tinha negócios ilícitos e muitos suspeitos com o falecido
matado marido da repórter investigativa Julia. Não sei vocês, mas acho que
rolou uma boa química entre Barbie e Julia e já imagino conflitos borbulhando
por trás dos segredos e do passado oculto do cara. Eu mesmo já estou shippando esses dois.
Outra coisa peculiar nessa trama é
Junior, filho do vereador (ou prefeito?) da pequena cidade de Chester's Mill (pode ser só impressão minha, mas o nome dessa cidade sempre me lembra um bom lombo assado).
Junior estava decidido a largar a faculdade e desistir de uma vida promissora em outro lugar para viver o grande amor da sua
vida com Angie, garçonete do provável único lugar decente para se comer na
cidade, que não dá a mínima para o garoto apaixonado. Pelo que o roteiro deixou
insinuar, Angie é daquelas garotas da cidade pequena que querem viver o sonho
de morar numa grande cidade, cheias de engarrafamento, gente apressada, ônibus
e metrô lotados e com pizza ruim, e que não pretende gastar o resto da sua vida e o rostinho bonito servindo mesas.
Acho que a garota não contava com a
obsessão de Junior, que depois de ter transado com seu grande amor, já estava
imaginando a casa cheia de filhos e um casamento feliz. Ele só não contava que
o desprezo de sua amada, que trouxesse à tona seu lado psicopata a ponto de
tranca-la num abrigo antirradiação no subsolo alagado do quintal da sua casa e perseguir o cara com quem Angie tem
aparentemente um caso, mas que na verdade nunca haviam se visto antes. Parece que o protagonista vai ter problemas com o filho do manda chuva da cidade! Essa série só tende a ficar melhor!
Em meio a essa dramaticidade toda,
ainda surgem Big Jim, pai de Junior e o manda chuva da cidade, e o misterioso Detetive Duke Perkins.
Acredito que essas são as únicas pessoas que sabem o que está acontecendo.
Quando Duke estava prestes a relevar o motivo por trás da redoma, algo a ver com um
castigo, seu marca passo rasga o peito e voa longe e o deixa morrer nos braços de sua
parceira Linda, que foi separada do noivo bombeiro que estava num desfile. O casal acabou ficando separado pela redoma.
Com a energia e a comunicação comprometidos, o entretenimento fica por conta de Phil e Dodee na rádio de Rock Alternativo. Num lugar sem canais de televisão e, provavelmente, sem acesso a internet e nem linhas de telefone e celular, temos que convir que a unica trilha sonora disponível via rádio vai ser interessante e bem underground. Sem dúvidas uma boa notícia para os hipsters e para o público alternativo de Chester's Mill.
Para dar
um apelo mais social à série, o elenco também conta com um casal de lésbicas
que tem uma filha rebelde. A família estava só de passagem pela cidade, indo na
direção de acampamento de reabilitação, quando a redoma surge e as prendem na
cidade.
A redoma
surgiu do nada, cortando uma vaca ao meio, e as assas de pássaros que voavam
livre no céu, e tirando a vida daqueles que tentaram atravessá-la em alta
velocidade. Uma boa metáfora para ilustrar que a liberdade dos habitantes
de Chester's Mill está seriamente comprometida, e que a morte pode estar entre
aqueles que estão de lados apostos e para aqueles que tentaram atravessá-la..
O que
mais me intriga até agora, fora é claro do fato da redoma, é o efeito dela
sobre os adolescentes. Dois deles tiveram convulsões e falaram sobre “estrelas
rosa que caíram”. Isso não é um fato isolado e deve ser levado em consideração.
Seria a redoma uma proteção ou castigo? Seria algo humano ou isso tudo vai além
da nossa imaginação? Será que o ar vai acabar? E a comida? São indagações como
essas que mantém minha curiosidade para conferir o restante dos episódios. Se a
série conseguir manter o ritmo e contiver as expectativas da audiência progressivamente,
pode transforma-se no novo hit da Summer Season.
Porém,
com apenas um episódio exibido fica difícil definir o futuro de "Under the Dome",
principalmente contando com o elenco mais pé frio da TV americana.
Classificaria o piloto com promissor. A premissa é boa, mas talvez não seja o
suficiente para levar a série para uma segunda temporada. A proposta da CBS é
que UtD, seja uma minissérie com 13 episódios, mas se a audiência responder de
forma positiva, a emissora não negará continuar com a produção, não é?
Contudo,
a CBS tem um capital aberto e não está propensa a fazer grandes gastos e investimentos. Vimos o
piloto teve ótimos efeitos especiais, mas isso não será o suficiente para
manter uma audiência fiel. Séries de ficção-científica precisam de certa ousadia e
muita criatividade. E sempre é um grande perigo trazer adaptações literárias
para a TV. Torço para que Under the Dome conquiste seu público, e que nos apresente
cada semana uma história coerente e instigante, afinal precisamos nos distrair do tédio.
OBS: Que
musiquinha chatinha era aquela no fundo?
OBS²: Under
the Dome atingiu a incrível marca de 13.1 milhões de espectadores em sua
estreia, batendo um recorde de “Summer debut” desde 2007.
Minha teoria da conspiração sobre a redoma: Angie é uma doppelganger de Cassie Blackwell (bruxa sem sal
de "The Secret Circle") , que após uma foda mais ou menos ativa sua black magic
para proteger a cidade, que é um covil secreto de alienígenas, das ameaças
secretas do Big Jim, produtor secreto que metanfetamina que tem um laboratório
gigantesco no subsolo da cidade e que quer explodir com metano importado
ilegalmente da Venezuela.
E quais
são as suas expectativas sobre a série e sua teoria da conspiração sobre a redoma?
EU ADOREI FIKEI 100 AR...VAI SER UMA SERIE DEVTIRAR O FOLEGO...TOMARA!!!
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