[REVIEW] Once Upon a Time – 3x01 – The Heart of the Truest Believer [SEASON PREMIERE]

Nunca houve uma viagem de família mais divertida do que esta para Neverland. Bom, divertida para nós expectadores, porque pra galera do Jolly Roger provavelmente é outra história.

Mas antes de entrarmos nesse plot, que pra mim foi o melhor do episódio, vamos passear pelos outros rapidamente e falar um pouquinho desta temporada. Seria loucura não começar falando sobre a primeira cena do episódio; assim como na temporada passada tivemos aquela cena solta do Neal em NY, dessa vez tivemos a cena da Emma em trabalho de parto. A diferença é que da última vez levamos seis episódios pra entender o que aquela cena solta significava e foi um grande momento da série, uma super-revelação que não foi surpresa pra ninguém; já esta cena do nascimento de Henry parece apenas fazer relação com o que Emma diz no fim do episódio, mostrando que ela finalmente vê a si mesma como mãe. Mas pode ser mais que isso, quem sabe, OUAT consegue surpreender às vezes. O que eu sei é que Jennifer Morrison é uma atriz extraordinária que me comoveu profundamente já naquele primeiro minuto de episódio.

Confesso que eu não estava com muitas expectativas a respeito desta premiere não. Na última season finale não existia uma pessoa no mundo que me fizesse acreditar que a nova temporada seria qualquer coisa menor que épica, eu estava empolgadíssima. Mas veio a Comic Con, aquele desastre, e pisoteou meus sonhos. Lembrei que quem escreve esse show são Os Dois Idiotas (vulgo Eddie Kitsis e Adam Horowitz), e que eles tem doutorado em arruinar tudo que é potencialmente bom. Todas as entrevistas, os promocionais, o panel, tudo na SDCC apontava que estávamos esperando demais de uma série simplória, e que isso só poderia resultar em decepção. Então diminui as expectativas, alimentando-me apenas da saudade de ver aquele cast lindo em ação. Porque sim, admito que a série é boa, mas no meu caso, o real motivo de continuar assistindo é só pra ver aquela perfeição de cast, e felizmente eles nunca me decepcionam.

Claro que houveram coisas sobre a história nesta temporada que me chamaram atenção, como o novo par romântico da Regina, mas como isso não é pra agora, a season premiere continuava sem me prometer muito. Fico feliz de dizer que eu estava errada, o episódio foi um dos melhores da série. É óbvio que não chega aos pés da season premiere passada, aliás são pouquíssimos episódios que chegam aos pés de Broken, mas deu pro gasto; pra quem não esperava nada, foi muita coisa.

Não surpreendeu em questão de produção técnica, isso seria impossível, qualquer pessoa que espere uma superprodução em OUAT vai sofrer mais que os shippers de Swan Queen; não, os efeitos especiais continuam horríveis e em algumas cenas eu tive crises severas de vergonha alheia com o quão fake eram aqueles sets. Nós estamos em 2013 minha gente, qualquer adolescente com um bom computador faz melhor aquilo. Mas enfim, isso não vem ao caso. O que me satisfez nesta premiere foi o roteiro, coisa que eu nunca esperaria que fosse prestar também, e isso foi legal de ver. O que me dá a deixa para começar nosso passeio pelos plots.

Primeiramente, o de menos importância: Neal na Enchanted Forest. Quem me conhece e já conversou sobre OUAT comigo vai ficar surpreso com o que direi a seguir, mas adorei esse plot e principalmente por causa do Baelfire. Sim, do Baelfire, porque neste episódio ele me lembrou bem mais o pequeno Bae do que o inútil do Neal, e isso somado ao fato de que o Michael Raymond-James me cativou profundamente na Comic Con e que ele perdeu aquela barriga de pote que tinha, me fez gostar de verdade do Baelfire no episódio. Além, é claro, da interação com a Mulan (de quem eu estava com muita saudade btw); foi lindo e já shippei Baelan. Uma coisa devo admitir, o Neal sempre foi engraçado, e isso felizmente foi usado neste episódio também, como na parte que ele fala de filme com a Mulan ou o gritinho que ele dá quando o Robin Hood atira a flecha. Aliás, Robin Hood foi bem usado no episódio também, bem mais do que Aurora e Phillip (e espero que a série mostre mais a frente como Aurora e Mulan recuperaram a alma dele; pontas soltas me dão faniquito), e o novo ator me convenceu, curti. Com relação à história do plot ainda não tenho nada a dizer, porque ainda não mostraram como ela influenciará nos outros, mas estou satisfeita com o que vi até agora, tudo está fazendo sentido por enquanto.

Quanto ao plot de Henry, esse foi o que menos gostei, pra falar a verdade. Achei inconsistente, e um pouco entediante. Primeiro, foi chato pra quem acompanha as notícias da série porque esses já sabiam que o guri lá era o Peter Pan, nem teve aquela surpresa e talz. Segundo, aquele guri não me convenceu como malvado; as cenas dele fugindo com o Henry foram ótimas, ele é um bom ator, mas não tem a malícia pra vilão, ficou fake pra mim. Ou talvez seja eu, talvez eu esteja sendo exigente demais; isso é no que dá ter Lana Parrilla como padrão. Mas enfim, pelo menos a razão pela qual o Pan queria o Henry fez sentido, mas ainda estou achando essa história muito vaga; acredito que tudo ficará mais claro ao longo da temporada.

Outro comentário que não posso deixar de fazer é sobre Greg e Tamara. Gente, são tão burros que quase fiquei com pena. Quase. Enfim, as mortes dos dois foram lindas, especialmente a dela, mas acho que mereciam ter sido maiores, mais dramáticas, e com certeza Regina merecia ter assistido de camarote o fim daquela dupla. Mas fazer o quê, pelo menos o Rumplestiltskin deu um toque especial na morte da Tamara, e foi uma das melhores cenas da série. Obrigada, Rumple.

E por falar em Rumple, ficou sumidinho no episódio, não é? Mas as aparições que fez valeram a pena. Aquela discussão com a Emma (aliás, não pude deixar de rir do “oh that’s a great use of our time, a wardrobe change!” do Hook); a morte da Tamara; e aquela conversa com o Lost Boy na floresta, que assim como a todos do fandom me deixou profundamente confusa e curiosa. Tenho até medo do que ainda podemos descobrir sobre Rumplestiltskin.

Mas enfim, vamos finalmente entrar na minha parte favorita do episódio: Jolly Roger Team. Vou comentar cena por cena seguindo a ordem do episódio, simplesmente porque não posso evitar! Começando por aquele momento lindo do meu mais novo OTP: Hooked Queen. Todos sabem que a coisa mais difícil de fazer em OUAT é ser shipper, porque Os Dois Idiotas são experts em foder com os casais; até com Snowing, Rumbelle e Swanfire, que supostamente são endgame, eles fazem umas coisas que só pode ser por maldade. Qualquer oncer com um pingo de sanidade ia se abster de ter ships, e era isso que eu estava prometendo a mim mesma durante todo o hiatus que faria na nova temporada. Mas foi em vão; aquele ‘villain bonding time’ no Jolly Roger, onde mais uma vez Regina e Hook percebem que são farinha do mesmo saco, reacendeu todos os meus HookedQueen feels e fez o ship subir de categoria. Simplesmente não resisto aos paralelos de Regina e Hook, e ao infinito sex appeal de Lana e Colin. Especialmente quando fazem certas coisas, como ele dizendo “my hot headed Queen” com aquele sotaque. JESUS.

Enfim, antes que os hormônios se descontrolem, vamos avançar no episódio. Outra cena que dou muito valor é a Emma explodindo com os pais nessa mesma sequência. Dou valor porque, como já disse no começo desse texto, JMo é uma atriz extraordinária e ela me prendeu lindamente naquela parte; e também porque nunca concordei tanto com alguma coisa antes quanto com o que a Emma disse ali, especialmente o “how can you two be so infuriatingly optimistic?”. Sério, tive vontade de sair na rua correndo com um cartaz ‘te amo Emma Swan, você é minha heroína’ porque ela finalmente disse o que metade do fandom de OUAT tem vontade de dizer pra Snow e Charming desde sempre (isso acompanhado de um belo tapa na cara de cada um).

Outra cena que achei bonitinha foi Emma e Hook bebendo pelo Neal. Já fui Capitain Swan por um tempo e dou valor a eles dois juntos, são hilários. Mas creio que essa foi a primeira vez que absorvi uma interação dos dois sem nem pensar em amor romântico, sem pensá-los como casal. Não sei se é porque Hooked Queen agora é meu OTP e porque abri o coração um pouquinho pra Swanfire, ou se foi a cena mesmo que não deu base pra isso. Provavelmente foi um pouco dos dois. O fato é que gostei de vê-los nessa roupagem mais fraternal, super consigo imaginá-los como melhores amigos, sendo badasses em inúmeras maneiras e compartilhando histórias malucas.

A próxima cena que pra mim foi uma das melhores do episódio é a sequência do ataque das sereias. O Hook já é normalmente engraçado então nem vou comentar muito nisso; mas seria um sacrilégio de minha parte não apontar o quanto minha Queen estava, além de estonteante, hilária. Pra começar, ela espantando as sereias com aquelas bolas de fogo, tudo isso sem perder a pose de rainha. God, como eu amo essa mulher. Segundo, ela brigando com os Charmings, insistindo em matar o diacho da sereia que Snow e Emma capturaram. Aliás, achei burrice pegar aquela sereia, no duro. Mas enfim, já tinham feito a merda, concordo com a Regina, deviam logo ter torturado e matado a bicha. E quase que o Charming virou homem e deu cabo da criatura, e amei a Regina fazendo torcida, quando ela disse “fillet the bitch” o mundo pra mim acabou. Minha Queen dizendo ‘bitch’, ovários pra quê? E na sequência, depois que eles discutem e a tempestade sacode o barco, quando ela pergunta com tanta displicência “now may I resume killing her?” não me contive, ri mesmo. Vilões são a melhor invenção da face da Terra, just saying.

Depois de muito sex appeal com aquele monte de gente linda toda molhada naquele barco, outra cena que merece destaque e acredito ser minha favorita do episódio, é a galera saindo no braço. Honestamente, quem não amou essa cena merece ser filho da Cora. Foi fácil uma das melhores cenas da série. Desde o princípio dos tempos sonho com o dia que minha Queen daria um gancho de direita na Snow, em honra a si mesmo e a seus Evil Regals, mas nunca acreditei que fosse possível de acontecer devido ao fato de que são Os Dois Idiotas que escrevem essa série. Mas aconteceu minha gente, aconteceu! E devo dizer que gostei de ver a Snow dando um soco na Regina também; meus irmãos Evil Regals devem estar estranhando essa confissão, mas é verdade, desde que a maldição quebrou tinha vontade de ver Snow dando uma de Mary Margaret e agindo como um ser humano normal. E que melhor maneira de fazer isso do que exprimindo sua raiva e rancor com um soco naquela pessoa que já tentou lhe matar? Vou mentir não, dei valor. Aquelas duas finalmente expressando fisicamente toda mágoa e suposto ódio que tem uma pela outra, foi lindo. Assim como foi lindo ver Hook e Charming se esmurrando também, e por quê? Porque aqueles dois homens são lindos e sexy, e vê-los enroscados um no outro é excitante. Sorry not sorry.

E que bonitinho foi a Emma sendo esperta e percebendo a conexão da situação com a tempestade, e se jogando na água pra chamar a atenção de todo mundo. Medida desesperada, mas o que mais ela poderia fazer? Coitada só não contava com a falta de sorte que pelamor, não dá uma trégua pra ela. Mas isso rendeu outra cena bonitinha que foi todo mundo preocupado com ela, inclusive a Regina (SQ Nation vai a loucura), e trabalhando junto pra salvá-la. O que era o objetivo de tudo, fazê-los perceber que eles funcionam melhor como um time, o que fica bem claro com o discurso que ela faz quando eles ancoram na ilha (aliás, o discurso perdeu o efeito pra mim quando o Hook diz pra Emma “actually I quite fancy you from time to time, when you’re not yelling at me”, tive que rir e não levei mais nada a sério). E logo após o discurso tem outra interação Hooked Queen que mexeu com meus feels; a Regina olha pro Hook tipo perguntando ‘e aí? vamos mesmo com os Charmings?’ e ele sorri e dá de ombros pra ela tipo respondendo ‘fazer o quê né’. Ri e surtei, só um pouco.

Pra finalizar a review infinita, vou abordar rapidamente o que vejo na terceira temporada. O que pude perceber até agora é, primeiramente, que a nova temporada parece estar madura; na premiere já teve mortes, e elas quase podem ser consideradas violentas, o que é promissor. Além do uso da palavra ‘bitch’, que eu me lembre isso nunca aconteceu em OUAT antes, e me deixou muito empolgada também. Sinto que nessa temporada vamos nos despir um pouco da perfeição enjoativa da Disney, perder um pouco da infantilidade, e espero de coração que isso aconteça. Quero poder sonhar que um dia acontecerá um ménage a trois entre Regina, Hook e Emma.

Outra coisa que senti com esta premiere é que, analisando algumas cenas, é como se cada um dos personagens estivesse tomando seus lugares agora, assumindo uma posição nessa louca família e estruturando a árvore genealógica. E imagino que o resultado final disso seja essa galera toda finalmente se entendendo, se perdoando, se resolvendo, e agindo como uma família mesmo. Há quem pense que ainda é cedo pra resolver as coisas entre os personagens, mas eu discordo. Segundo Os Dois Idiotas, a ideia deles com a série é mostrar que todo mundo tem o bem e o mal dentro de si e que todos têm chance de redenção, sendo assim eles não podem tratar a Regina ou o Rumple ou o Hook como vilões pra sempre, especialmente depois de tudo que aconteceu na segunda temporada. Seria uma regressão, e audiência não quer ver isso. Especialmente porque a audiência de OUAT, em sua maioria, ama e torce pelos vilões, e está cansada de vê-los se ferrando. Acho que seria bem mais interessante ver as diferentes personalidades dentro dessa árvore genealógica escrota do Henry se confrontando e ajustando pelo bem maior, pela família. E felizmente parece ser essa a pretensão dos Dois Idiotas para a nova temporada. Vamos ver no que tudo isso vai dar.

P.S.: me despeço de vocês com a melhor jogada de cabelo de todos os tempos. adios vida!