[REVIEW] Under The Dome – 1x13 – Curtains [SEASON FINALE]

Under The Dome tinha tudo para fechar om chave de ouro sua primeira temporada e deixar um gostinho de quero mais. Contudo, o roteiro foi fraco com poucos bons momentos e algumas sacadinhas que não funcionaram muito bem. E o cliffhanger? Bem, eu já vi pior.

Confesso que esperava mais! Depois de episódios fracos no início da temporada, a série tinha feita uma ótima sequência nos três últimos episódios. O roteiro conseguiu se redimir e o ritmo que víamos no piloto tinha voltado. Mas, a season finale não conseguiu manter essas expectativas e apresentou uma trama fraca e sem muitos horizontes.

Primeiramente temos Barbie reafirmando seu papel de protagonista. Depois dele se declarar como inocente diante da cidade estava esperado uma represália bem severa de Big Jim. Contudo, o roteiro consegue se justificar muito bem quando Barbie xinga o vereador de “político”. Foi audacioso como essa cena foi construída. De um lado tínhamos a Lei, representada por Big Jim, e do outro lado a verdade encarcerada, representada por Barbie.

Em poucos momentos como esse o roteiro consegue ser feliz em expressar nuances do caráter das personagens e se utilizar de metáforas visuais para fazer um jogo interessante. Porém, essa vibe não dura e o episódio se arrasta em tentativas de criar algo que não funciona. O ritmo se perde e trama da volta, dando margem a vícios e superficialidades.

Toda expectativa em torno da coroação do monarca não flui. A redoma escurece e o dia vira noite e isso só parece importar para os habitantes de Chester's Mill, pois o roteiro não consegue criar nenhum sentimento e nenhum propósito em relação a isso. E quando a mini-redoma se rompe e a borboleta monarca voa em torno de Barbie a escolha parecia obvia. Ele era o monarca.

Porém, quando o ovo começa a fazer um zumbido parecendo que vai chocar e Julia consegue acalma-lo a escolha muda de lugar. Agora ela é a monarca. Ela é a líder. Todavia, isso não muda em nada. As escolhas continuam na zona de conforto do roteiro e o equilíbrio é mantido. O clímax foca-se no ovo que precisa ser protegido.

Na floresta Norrie pergunta ao ovo o que eles têm de fazer para protegê-lo. Surge então a figura de Alice dizendo que o ovo precisa ser protegido. Caso contrário, a vida de todos corre perigo. E o mais importante ainda surge quando a imagem de Alice afirma que a redoma é “proteção” e não “castigo”. No dialogo desenvolvido nessa cena, Alice se refere a “nós”, que ainda estão aprendendo a se comunicar com eles.

Isso reforça a minha ideia de que há algo inteligente por trás da redoma. Não ainda se se trata de ETs ou algo mais celestial. Acredito que seria mais assertivo apostar nos ETs, pois dá uma dimensão maior do que está por trás da redoma. Esse é outro momento em que a série acerta, enriquecendo sua mitologia.

Dai para frente tudo foi muito impreciso. Julia decide que é seu dever proteger o ovo e decide joga-lo no fundo do lago. Enquanto isso, Barbie estava prestes a ser enforcado em praça pública. O roteiro agora é infeliz, pois não consegue criar expectativa nenhum sobre o destino de Barbie. Seria muito audacioso se a série matar o protagonista. E mesmo que Big Jim tenha ordenado para Junior puxar a alavanca que levaria Barbie a morte nos último segundo do episódio, o protagonista não deve morrer.

Big Jim, alias, não apenas tem a minha antipatia como também minha admiração. Acho incrível como o personagem consegue manipular a pequena cidade e no tom que ele utiliza sempre em seus discursos como o povo. É notável que o vereador é trabalhado na vaidade e no poder, sendo capaz de fazer de tudo para proteger sua “imagem”, sua “glória”, sua cidade.

Ele, todavia, não desconfia que ele esteja na lista negra da Redoma. E por mais que Junior o tenha alertado, não vejo a hora de o vereador pagar pelos crimes que cometeu. Não acho que a morte seja a punição mais adequada. Ele precisa ser humilhado, odiado pela cidade que tanto ama e comer o pão que diabo amassou.

Contudo, tudo isso está longe de acontecer. Digo isso porque o roteiro parece está confortável com o caminho que está tomando. Só me pergunto se nós, telespectadores, estaremos dispostos a acompanhar a série no próximo ano. Eu mesmo tinha minhas dúvidas. Já dei uma segunda chance a Under The Dome uma vez e não sei se estou disposto a perde meu tempo vendo um cachorro que corre atrás do próprio rabo.

Talvez no próximo ano a coisa seja diferente. Talvez a série consiga reparar os erros, arrumar a casa e fazer bonito. Para mim este o fim da pacata cidadezinha de Chester's Mill.