sábado, 12 de outubro de 2013

[REVIEW] Glee – 5x03 – The Quarterback


Fazer a review desse episódio talvez seja uma das coisas mais difíceis que blogueiros de séries tiveram de fazer ao redor do globo. Não é fácil lidar com a perda, nem com a saudade. E mesmo quando alguma coisa lá no fundo diz que tudo vai ficar bem, um vazio toma conta e faz você sentir aquilo que não quer sentir.


Se é assim para os fãs, imagina para toda a produção e o elenco de Glee? “The Quarterback” deve ter sido um episódio impossível de lhe dar. Acredito que muito da dor e da saudade não tenham sido apenas encenação, mas sim reflexos do que todos estavam sentindo. Não acredito que as lágrimas choradas pelos personagens tenham sido apenas encenação. Era real. A perda. A tragédia. A saudade. Por isso relevo grande parte dos erros cometidos no episódio. Entretanto, não posso dizer que foi um bom episódio.

Apesar de ter tido seus defeitos, o episódio, não deixa a desejar muito na emoção e nas reações exaltadas. O roteiro parecia ter sido feito as pressas, e mesmo com bons diálogos e cenas tocantes, aquela sensação chata no pé do ouvido, me dizendo que tinha alguma coisa faltando não me abandonava. E sim, o tributo poderia ter sido bem melhor. E mesmo com toda demostração de afeto e performances simples, alguma coisa estava fora do lugar. Estamos falando de entretenimento, então, o show deve continuar. Sempre.


Um dos bons momentos foi aquela cena emocionante com Burt, Carole e Kurt se desfazendo das coisas de Finn. Foi tão simples e tão tocante que cheguei a me emocionar. A bola do primeiro jogo que Finn e Kurt jogaram juntos, a jaqueta do time de futebol e até mesmo aquele abajur horroroso fizeram parte do simbolismo da cena. Isso mostra que a magia pode estar nas pequenas coisas, nos detalhes e não nas grandes performances. Aquela jaqueta foi um bom exemplo disso.

Outro bom momento foi o diálogo sincero entre Santana e Kurt no auditório. A ex- Cheerio  teve uma resposta inesperada para mim. A reação dela era o oposto do que eu esperava. Santana sempre foi conhecida pelos seus excessos, mas quando se tratava de sentimentos ela geralmente lidava de um jeito diferente, mais contido. Só depois vim tentar entender o que estava acontecendo. Ela estava sofrendo e todo aquele espetáculo era mais um mecanismo de defesa para ela não sentir o que latente em seu coração. Sentir não é uma tarefa fácil. Todos nós, seres humanos, acabamos lhe dando com o luto de uma forma diferente. O episódio foi sensacional em tentar mostrar isso.

Mas, mesmo com um tremendo esforço, não conseguiu escapar dos momentos de vergonha alheia. Tudo bem em Puck ter roubado a árvore, mas aquela cena dele com Beiste no vestiário deixou muito a desejar. Claro que não esperava uma cena tocante com uns dos piores atores da série, porém chegou a ser vergonhoso a hora em que Puck começa a derrubar as coisas exaltando sua revolta. Já no final, quando eles replantam a árvore, a coisa melhora um pouco. Não a ponto de salvar o desempenho dos dois no episódio.



Vi alguns comentários de gente dizendo que sentiu muita falta da Rachel no episódio. Ela com certeza fez falta. Contudo, foi um mal necessário. O episódio não era sobre Rachel perdendo o amor da sua vida. A presença dela só iria fazer o episódio perder ainda mais o foco. Quando ela aparece já o final, tem um figurino em cores neutras, talvez uma intenção da direção de arte de tentá-la retratar de uma forma mais imparcial. A protagonista costuma roubar a cena, mesmo quando os holofotes estão apontados para outra pessoa.

Finn Hudson, Cory Monteith . Um personagem, um artista. Era impossível distinguir ambos no episódio. O episódio foi um dos momentos em que a vida imita e arte; um momento em a emoção transborda e preenche o silêncio de dor, de saudade, de luto. Afinal, não existe uma maneira fácil de dizer adeus àquele que a gente ama.

Não posso dizer que era fã. Eu estaria contando uma grande mentira. Também não posso dizer que sentirei saudade, ou que sinto pena. Nesse mundo sofremos as consequências das nossas escolhas e, infelizmente, nem sempre podemos escapar delas. Segundo depoimentos Cory Montgomery era uma pessoa de coração gigante, e sempre tinha uma palavra gentil para dizer, mas isso não faz dele um exemplo a se seguir.

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