Há dez anos no ar Grey’s Anatomy já
nos proporcionou muitas emoções. Já renovada para a décima primeira temporada,
uma pergunta não sai da minha cabeça: qual será o próximo passo? Com nossos
queridos personagens seguindo em frente, explorando novos horizontes, não
estaria na hora da série fazer o mesmo?
Como penúltimo episódio da
temporada, o 10x23 não foi lá dos mais instigadores, nem de tirar o fôlego, mas
deixou em aberto a possibilidade da série sofrer grandes transformações no
próximo ano. Como o Derek fez questão de enfatizar, Cristina está indo embora
para Suíça, Alex tem seu novo emprego numa importante clinica particular, não
seria o momento de Meredith também mudar? De dar o próximo passo?
Mudança nem sempre são fácies de
aceitais. Isso é um fato! Contudo, para uma série que está no ar há uma década,
mudar não seria tão ruim? Evidente que essa importante decisão tem lá seu lado
negativo, mas depois de tudo que já aconteceu no hospital (e aconteceram muitas
coisas!!!) e de uma temporada morna, praticamente dedicada à Cristina Yang,
mudar poderia ser muito bom.
Mudar vai ser bom para Leah, que
abriu mão de ser cirurgiã, porque não se encaixava no perfil. Arriscar fez bem
a Stephanie, que provavelmente terá Mirando como uma mentora, uma protetora. Se
impor foi bom para Jo, que viu que “babar o ovo” não a levaria a lugar nenhum.
Era preciso ser firme, decidida, mostrar que agüenta o tranco. Já no caso de
Ross, mudar seria mais que necessário, seria vital.
Depois do surto psicótico o interno
está perdido na trama. Até tentaram fazer algo para levantar o astral, e tornar
o personagem aceitável na trama. O problema é que não há empatia. Não conheço
uma pessoa que assista a série e diga: “eu gosto do Ross. Quero que ele seja
feliz”. O que eu mais vejo é: “Morre logo, desgraçado”. O destino do personagem já está traçado, pois
ele não volta mais na próxima temporada. Só resta saber qual é. Se tia Shonda
pensa em matar alguém na season finale, eis aí uma escolha que deixaria muita
gente feliz.
Mudar vai ser bom para Cristina. E
mesmo que o Owen a tente manipular, como fez no episódio, Yang parece certa da
sua decisão. E mesmo que eu vá sentir falta dela, não consiga vê-la dizendo não
a incrível oportunidade que ela tem na mão.
Não que ser chefe do departamento Cardíaco do hospital seja algo ruim,
mas nem se compara ao que ela pode almejar na clinica de pesquisa na Suíça.
Todavia o pedido de Owen para que
eles ficassem juntos, até ela ter que dizer o adeus definitivo, foi a gota d’água
do relacionamento. Pensei que esse plot havia se enterrado no episódio 10x17.
Não sei o que ele pretende com isso, mas para mim parece que ele está colocando
a corda no próprio pescoço e chutando o balde do amor próprio.
Na review passada tinha falado
sobre a decisão de Callie e Arizona terem mais um filho precipitada, e que algo
estava prestes a acontecer para acabar com a felicidade das duas. A resposta
veio nesse episódio. Callie não pode gerar mais filhos e por mais que Arizona
estivesse disposta a carregar uma criança não consigo imaginar isso dando
certo.
Contudo, Torres finalmente
percebeu o estado de fragilidade que seu casamento se encontra. É preciso deixar
curar as feridas e resgatar a intimidade de Calzona, que despencou na
afabilidade com o público. Desde que Arizona traiu Callie que a audiência aceita o fato das duas ficarem juntas. É
preciso dizer que aceitar não é o mesmo que gostar, não é o mesmo de torcer
para que tudo der certo. Para muitos, inclusive para mim, esta mais do que na
hora das duas seguirem com suas vidas separadas. É hora de mudar.
Mudar fez bem para April e
Jackson , que depois de episódios de silêncio, brigas e meias verdades, parecem
estar se dando bem novamente. A vinda do filho do casal parece ter trazido de
volta de volta à boa energia do casal. Espero que eles realmente tenham
conseguido resolver suas questões e não apenas ter tampado o sol com a peneira.
A vinda de uma criança impõe responsabilidade, e eles sabem disso. Devem saber
também que é um Avery que está chegando e isso confere o dobro, se não o
triplo, de responsabilidades.
Para Miranda o importante foi
arriscar. Foi saltar de pára-quedas com os olhos vendados, sem se importar com
as consequências. Ver a personagem destemida é ótimo, contudo é arriscado dado
ao histórico que a personagem tem. Ver Bailey fazendo algo de significante para
a medicina é sempre bom, principalmente quando dá certo, mas onde isso pode nos
levar? Esse tipo de pergunta é imprescindível visto que Miranda não teve muitas
conquistas nesta temporada.
Podemos estar diante de um oásis
no meio do deserto de inutilidade, mas também podemos estar diante de um novo
horizonte, de uma nova Miranda Bailey, mas isso só o tempo poderá nos dizer.
Acredito que a Stephanie tenha um grande papel a desempenhar ao lado da ex
Nazi. Uma parceria que pode ser benéfica para ambas.
Ao longo desta review vimos que
mudar pode ser bom, mesmo sendo arriscado. Entendo que Seattle é a cara de
Grey’s Anatomy, e que aquele hospital significa muito para todos nós. Sei que o
astral em Washington é totalmente diferente, mesmo que seja apenas por um
pequeno momento, a possibilidade da mudança me anima, principalmente, se rolar
um crossover entre Grey’s Anatomy e Scandal.
A season finale promete muitas
lágrimas, a maioria delas, com certeza, por causa da Cristina, é claro. Mas
também abre a possibilidade para a inovação. E depois de uma temporada morna,
bem que a gente merece um drama de qualidade, um drama que não tenha medo de
explorar o que há além do horizonte.
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