Já imaginou um mundo sem celulares, computador, televisão,
ou até mesmo aquela luz que você tem para iluminar a sua casa durante a noite?
Ou melhor dizendo, já imaginou um mundo onde não exista NENHUM tipo de energia
elétrica, baterias ou similares?
Bom, nos dias em que vivemos hoje imaginar
isso pode ser sinônimo de desespero, afinal, tudo gira em torno da energia.
Para fazermos uma análise bem rápida de como seria a nossa vida, é só
mentalizarmos o quanto ficamos desesperados quando estamos no banco e a energia
cai por apenas alguns minutos, ou simplesmente quando temos uma oscilação
momentânea no nosso bairro e temos que ficar míseros 30 minutos sem a
utilização dos nossos apetrechos favoritos.
Agora imaginem se no mundo em que vivemos hoje fosse anunciado
que a energia elétrica irá desaparecer para todo o sempre? Podemos facilmente
já visualizar um mundo de caos, de novos hábitos e uma vida totalmente
diferente da que temos hoje. Se você aí pensou apenas na comodidade, em não ter
as suas redes sociais favoritas ou ficar sem as suas músicas em mp3 e
ter que tomar banho frio todo dia, pode começar a expandir os seu pensamento,
afinal muito provavelmente viveríamos em um mundo desregrado, dominado pelo
crime e por facções que possuírem mais armamentos e formas de dominação sobre o
povo para impor suas vontades, escravizadão ou até mesmo caprichos para
satisfazer o ego de alguns. Enfim, estaríamos em um mundo de completo caos.
Essa é a premissa da tão aguardada “Revolution”, nova série
assinada pelo produtor J.J Abrams (Fringe) que promete acolher de braços abertos os fãs
da finada “Lost”. Esse exercício mental que fizemos para elaborar essas teorias
de um mundo de caos é exatamente o que “Revolution” traz, e de forma bem
inteligente eu diria, pois nos mostra de todos os ângulos e nas mais diversos
contextos como seria a vida na Terra nesse mundo pós apocaliptico. O que talvez
possa decepcionar um pouco é o fato da história se passar 15 anos depois de ter
acontecido o terrível blackout. Muita gente, como eu, talvez preferia ter
visto em tela uma exploração melhor de como o mundo reagiu no momento em que
soube que não contaria mais com a praticidade da eletricidade e como foi a
adaptação e busca dessa população por respostas e soluções. Mas não tem como
negar que a abordagem de “Revolution” também é intrigante. Já ambientada em um mundo catastrófico, só quem
aparentemente sabe a razão do que ocorreu e talvez esconda saber como reverter o
quadro mundial, é o pai de família Ben, e como em terra de cego quem tem olho é rei,
não é de se espantar que o personagem logo nos primeiros minutos fosse caçado e
acidentalmente morto por uma das milícias dominantes, não é? Antes que comecem
a me xingar, isso não é nenhum spoiler, afinal esse é exatamente a deixa para
que a história comece de fato.
A protagonista da série na verdade é a jovem Charlie, filha
de Ben, que após a morte do pai e o seqüestro do irmão que fora levado também
pela milícia como “isca”, começa uma caçada em busca de seu tio Miles atrás de respostas e principalmente uma forma de barganhar a vida de seu irmão de
volta. Charlie, ao contrario do que alguns possam dizer, foi a personagem que
me cativou quase que de imediato. A interpretação da atriz não é das mais
plausíveis, na verdade é bem morna, mas a menina demonstrou que tem uma grande potencial a desenvolver e
cumpriu satisfatoriamente o seu papel. A personagem é uma garota como qualquer adolescente com as manhas típicas da idade, mas tem uma força que dá um “q” a mais de
protagonista, e que ao contrário do que muitos fariam, não fica apenas se
lamentando pela perca do pai, mas vai a luta pela vida do irmão.
Todos nós sabemos que com o desenrolar da história, essa busca de Charlie para
recuperar o irmão irá se converter em uma jornada para salvar o continente da
Milícia e descobrir respostas concretas do que causou o blackout e a finalidade do ocorrido, pois é bem claro que tem muita coisa por trás e vai muito além de um fenômeno natural, o que alimenta ainda mais a vontade de
ver a série.
Outro personagem que cumpre muito bem o seu papel de
co-protagonista é Miles. O papai Swan da saga Twilight demonstrou um
potencial que ficava muito escondido em seu papel no filme vampiresco, mas que
em “Revolution” vem com uma força impressionante, tanto nos momentos de drama
quanto nas cenas de ação, que foram basicamente protagonizadas por ele. Talvez Miles seja um dos
personagens com mais potencial de desenvolvimento, pois como vimos no
cliffhanger final, muito possivelmente está envolvido em toda a conspiração sem
nem ao menos saber o motivo ou até mesmo escondendo saber. A revelação do
grande vilão da historia também foi um choque a parte mas que em momento algum soou absurdo, cruzando tudo de alguma forma com os personagens centrais,
o que provavelmente fará aquele telespectador que assistiu o piloto apenas por
curiosidade voltar a ver para saber o desenrolar da trama.
Com uma produção impecável, personagens carismáticos e uma
fotografia de extremo bom gosto, J.J Abrams está com a faca e o queijo na mão
para ter no seu currículo mais um novo hit garantido, mas tem que tomar muito
cuidado com o que tem em mãos, pois obviamente é uma faca de dois gumes. Quem aí não se lembra do fracasso que foi Terra Nova do Spielberg na fall season passada? Temo dizer que as séries me
soam um pouco parecida em alguns aspectos, e J.J terá que trabalhar duro para
manter o foco e não deixar Revolution se perder em dramas vazios como aconteceu
com “Terra Nova”, o maior exemplo de que uma boa premissa não se sustenta se
não vier acompanhada de bons personagens e um foco definido e claro. O maior
potencial de “Revolution” está na mitologia que a série pode revelar e claro,
nas cenas de ação, se por um motivo ou outro o drama começar a tomar a frente,
a série já está designada ao fracasso, pois nesse quesito ela deixa e muito a
desejar. Ou alguém aí quer ver mais da
história clichê do vilão que se apaixona pela mocinha e logo irá querer trair o
bando em nome de seu amor a ela?
Vamos torcer para que J.J esteja com a qualidade de “Fringe”
ainda pulsante em suas veias e faça a mesma obra-prima com “Revolution”!
Espero que a série dê certo! Afinal, tem um espaço reservado para séries assim que nunca consigo preencher! Mas infelizmente, séries com premissas assim acabam sendo um fracasso, talvez não da audiência, mas pela falta de criatividade do roteiro. Terra Nova foi um exemplo! Tinha boa audiência, mas não era legal de ver e já Fringe que é muito bem trabalhada tem uma audiência baixa.
ResponderExcluirMuito boa a série. Vamos ver no que vai dar daqui pra frente. Gostei muito do enrendo, e principalmente das fotografias e atuações de alguns atores que nunca vi. Espero que a série possa decolar. Pelo que vi de comentários até agora, só tem elogios. #Revolution
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