“As Vantagens de ser Invisível”: Livro e filme com gostinho de
clássico juvenil.
Sensível. Dramático sem ser trágico. Reflexivo. Nostálgico.
SINOPSE: A história é narrada por um adolescente tímido e impopular que descreve a sua vida em uma série de cartas para uma pessoa anônima e explora as fases difíceis da adolescência, incluindo o uso de drogas e sexualidade.Primeiramente gostaria de deixar claro o quão é complicado escrever sobre esse filme e livro, já que se trata de um dos melhores livros que li e um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos. E um dos filmes mais fiéis ao livro que consigo lembrar.
Stephen Chbosky é o autor
do livro, além de roteirista, diretor e produtor executivo do filme. Só com
essas informações já fiquei aliviada quando fiquei sabendo da adaptação deste
livro pras telonas. Afinal, quem se preocupa mais com sua história e
personagens que o próprio autor?
O livro lançado pela
primeira vez em 1999 se passa no começo dos anos 90 e é todo narrado através de
cartas que Charlie escreve para um “amigo” que não sabemos quem é, fato que
acaba nos aproximando ainda mais do narrador, pois sentimos que as cartas são
para nós mesmos, os leitores. No filme essa característica foi mantida,
utilizando a forma narrativa de Charlie através de sua voz ao escrever essas
cartas.
“As Vantagens de ser Invisível” ficou em terceiro lugar na lista da American Library Association de dez livros mais questionados frequentemente em 2009, por motivos como o seu tratamento de drogas, homossexualidade, sexo e suicídio. E, para quem não sabe, o título original é “The Perks of Being a Wallflower” e o "wallflower" do título é uma expressão em inglês que se refere a uma pessoa pouco popular, que passa despercebida pelas atividades sociais que frequenta.
Charlie é um garoto que sofre de depressão e problemas psicológicos e terá seu primeiro dia de aula no ensino médio depois do suicídio de seu único amigo, fato que traz a tona um trauma e perda de família. Charlie tem problemas de se relacionar, é introvertido e até sofre bullying na escola. O modo como todos esses problemas de Charlie é abordado é o inovador: apesar de tudo, Charlie não irá sofrer rejeição na escola eternamente e sim achará amigos que o aceitam do jeito que ele é. Acho essa abordagem muito inteligente, mostra que todos podemos encontrar pessoas legais e fazer amigos, nem tudo é um pesadelo nessa situação.
Charlie é o invisível. Como é citado no filme: ele vê tudo, ele entende, ele guarda o segredo. Deparamos-nos com diversas situações em que ele vê coisas que “não deve” e guarda tudo para si. Ele muitas vezes é o espectador e confidente de momentos ruins, tristes. Por ser um garoto sensível, Charlie absorve tudo que vê para si, ele é um observador.
No primeiro ano do ensino médio de Charlie, acompanhamos sua mudança e suas tentativas de participar da vida e não ficar só a observando “de fora”, seu progresso social e sua jornada para enfrentar seus traumas.
O livro possuí várias referencias literárias e musicais dos anos 80-90 e os personagens costumam trocar livros e fitas com suas músicas favoritas gravadas (nostalgia para aqueles que, como eu, faziam isso quando eram pequenos). Essas características foram mantidas no filme, para a minha alegria.
A trilha sonora é linda! Rock indie dos anos 80-90 embalam o filme, tornando-o mais emotivo e nostálgico. Destaque para “Asleep” (The Smiths), “Heroes” (David Bowie) e “Come On Eileen” (Dexys Midnight Runners).
As atuações do trio principal no filme foram impecáveis, para mim transmitiu as mesmas emoções ao ler o livro. Logan Lerman (Percy Jackson e o Ladrão de Raios) conseguiu passar toda a angústia e timidez de Charlie e Emma Watson (Harry Potter) foi ótima interpretando a sensível e com baixa auto-estima Sam, provando que pode ser muito mais que a Hermione de Harry Potter. Quem deu um show foi Ezra Miller como o divertido Patrick, protagonizando junto com Logan Lerman uma das cenas mais emocionantes do filme para mim.
Quem quer saber sobre Nina Dobrev (The Vampire Diaries), ela também está no elenco, como Candace, a contraditória irmã de Charlie. Sua personagem não recebe muito destaque no filme. No livro os irmãos de Charlie possuem sua história mais descrita, porém os cortes feitos no filme foram necessários e aceitáveis para o enredo.
“As Vantagens de ser invisível” será uma história sensível e nostálgica para todos aqueles que, como Charlie, alguma vez na vida se sentiu “invisível”. Para todos aqueles que já rabiscaram em uma folha de papel (por não ter coragem de dizer em voz alta) a resposta que o professor perguntou para a turma ou que já ficaram no canto de um salão de festa observando os outros dançar. E, principalmente, para todos aqueles que encontraram amigos de verdade que o ajudaram a superar isso.
Nós aceitamos o amor que achamos merecer.
Eu me sinto infinito.
Especial música da semana, com a música do trailer.
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Lendo esse texto só me fez ficar mais chateado pelo fato de não ter esse filme em cartaz no meu estado. Queria tanto poder vê-lo no cinema e sentir todas as emoções.
ResponderExcluirE se o filme for isso mesmo que você disse, valerá a pena cada centavo do ingresso.
Estou simplesmente revoltado pelo fato de não ter esse filme em todos esse cinema, e estou com um pouco de medo também por estar colocando expectativas demais nele! Mas não acho que eu vá me enganar, tudo que eu leio descreve o meu gênero de filme favorito!
ResponderExcluirE putz! Sério que tem "Come On Eileen" na trilha? essa música é nostalgia PURA!