quinta-feira, 14 de março de 2013

[REVIEW] Dallas - 2x07/8 - The Furious and the Fast / J.R.'s Masterpiece



O fim de um ciclo, o início de uma nova fase.

E chegamos aquele momento crucial em Dallas. Aquele momento que todos sabíamos que chegaria, mas que todos inconsciente e inutilmente torcíamos para que não acontecesse.  A morte de Larry Hagman no ano passado pegou a todos desprevenidos e tudo o que podíamos fazer era torcer para que fosse dado um final digno ao personagem mais lendário da história de Dallas, e quiçá, mais lendário da história da televisão!

Como um presente, o desfecho de J.R na trama não poderia ter sido feito de melhor forma, e o episódio serviu como uma nítida homenagem ao que J.R significou para esses tantos anos que Dallas fez história na TV. Tudo era sobre ele, desde os acontecimentos até a abertura que ganhou um tom fúnebre e melancólico com imagens do dono das sobrancelhas mais famosas de todos os tempos. O mais digno de tudo, foi o reconhecimento de cada personagem da trama de que J.R era apenas humano, com mais erros do que acertos, mas ainda humano e que de certa forma impactou a vida de muita gente ali. Obviamente as perecias maldosas e de caráter duvidoso dele sempre será o que irá se sobressair na lembrança de todos, que inclusive tiveram a vida arruinada por ele, mas de certa forma J.R teve seus bons momentos surpreendentemente de afeto com cada um, especialmente com Sue Ellen. Fiquei extremamente surpreso com o fato de que Sue Ellen ainda o amava mesmo depois de ter passado por tanta coisa nas mãos dele. E mais surpreso ainda em saber que ele pretendia reatar seu relacionamento com ela. Esse fato, julgo que irá nos levar mais uma vez a presenciar a perdição de Sue Ellen, que irá tentar se dividir entre manter os planos com John Ross e superar mais uma vez o vício do alcoolismo.

Mas uma coisa não posso deixar de dizer que me deixou muito feliz nesse episódio tão marcante para a série: A criatividade e competência dos roteiristas. Conseguir por em perspectiva um fato totalmente inesperado e colocá-lo como direcionador de uma trama tão boa como a que foi adotada não é para qualquer um, e devo dizer que independente do que os produtores tinham em mente antes, dificilmente iriam conseguir fazer algo tão bom quanto os rumos que começam a se desenhar na trama. Sempre me perguntei quais eram os planos de J.R contra Harris quando ele prometeu para Bobby que iria vingá-lo e estava achando até estranho o aparente descaso dos produtores com essa trama que parecia tão boa. Ligar esse fato a morte de J.R e ainda conseguir entrelaçar isso com a Pam Barnes da série original, foi simplesmente sensacional. Não consigo ainda de forma nenhuma estabelecer uma relação nítida entre esses dois personagens. Por mais que pense não consigo achar uma lógica possível nisso, nem em toda essa importância de Pam na história, mas com certeza apenas a insinuação desses fatos já conseguiu levar Dallas para um nível incrivelmente mais alto. Minha suspeita aqui, fica apenas em cima de Pam como talvez uma das responsáveis pela morte de J.R. Fica difícil imaginar um motivo convincente, sendo que a personagem ainda nem reapareceu na série, mas torço para que isso aconteça em algum momento e que ela venha para deixar a série ainda mais insana do que imaginamos, ainda mais agora que temos menos personagens do elenco original. Recentes entrevistas com Victoria Principal apontam que ela nunca mais irá participar da série, mas começo a pensar que a quantidade de insinuações que estão fazendo sobre a personagem, tornam uma aparição dela totalmente inevitável.

A morte de J.R provavelmente irá significar para Dallas o inicio de uma trama totalmente nova. As brigas e disputas entre Chris e John Ross já começavam a tomar proporções extremamente grandes, e começava a ver a série já em uma beco sem saída seguindo com esse plot. John Ross tinha a vantagem sobre a Ewing Energy, mas Chris começava a virar o jogo impedindo a extração de petróleo além de quase abocanhar um contrato milionário para a venda legal e utilização de metano como combustível, ganhando assim o apoio de Pam e dando a ele mais poder no jogo. Gosto quando Chris e Bobby conseguem enfim ficar no comando, porque ver eles sempre perdendo acaba se tornando previsível. Mas não tem como negar que ver John Ross quase sem saída, deixou tudo um pouco menos interessante, o que fazia necessário uma reviravolta e uma pequena mudança no foco narrativo. Não estou dizendo que essa trama será deixada completamente de lado, afinal o que nós mais adoramos ver é o arranca-rabo entre os Ewing, mas acredito que agora a questão familiar irá falar um pouco mais alto, virando o jogo contra a possível união entre Barnes e Ryland. Como já disse aqui, os Ewing são grande adeptos da filosofia “Com  a minha família ninguém mexe... só eu!” então é perfeitamente aceitável a união dos dois lados da família contra um mal maior.

Em meio a tanta coisa importante, as tramas secundárias não foram deixadas totalmente de lado, e nossa rainha Ann não poderia ficar de fora dos holofotes. A reconciliação dela com Emma veio muito antes do que eu esperava. Achei que fossem tratar disso ainda em doses homeopáticas, mas finalmente Emma conseguiu ver os verdadeiros canalhas que seu pai e sua avó são, e sem hesitar foi correndo para os braços de Ann para experimentar um pouquinho de como é ser livre de verdade. E ao que parece, a moça quer tanto aproveitar dessa liberdade que foi logo tratando de consolar John Ross, formando um casal totalmente inusitado na trama. Espero que o envolvimento dela com o maior canalha dos Ewing não signifique que ela também esconde um lado negro, porque me apeguei demais a história de vida dela e Ann para ter que me decepcionar logo agora. Por outro lado, pode parecer absurdo, mas não consigo não pensar que talvez Emma saiba algo sobre a morte de J.R ou no mínimo de sua desavença com Harris. Alguém aí não notou as caras estranhas dela enquanto a policial descrevia os fatos do homicídio?

Pelo visto essa trama tem muita coisa ainda a desenvolver, e fica difícil ficar aqui teorizando quando tudo o que vimos foram insinuações. Só o que fica claro é que a série tem muita ferramenta para construir uma trama incrível, e com tudo o que já vimos, não acho que iremos nos decepcionar!




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