Episódios de grandes retornos.
Acho engraçado como Arrow em apenas uma temporada já tem tanta coisa a contar,
mesmo ainda estando nas partes introdutórias da história. Digo isso, pois em
apenas 18 episódios, Arrow já faz a corajosa manobra de reviver a própria história,
trazer de volta personagens que tiveram um final aparentemente “finalizado”, e
fazer releituras do próprio roteiro, coisa que em outras série só seria feito
em um desenvolvimento maior de episódios. Não julgo isso como uma falta de
conteúdo, por voltar em algumas tramas quando outras poderiam estar sendo
desenvolvidas, mas sim como um ato corajoso e que demonstra que em pouco tempo,
a trama jpa tem sustância para se auto-analisar.
Logo de cara, minha maior surpresa fica por conta do retorno mais aguardado
pelos fãs, a volta da Caçadora, que veio trazendo consigo além da sede de
vingança, a sede de satisfazer os fãs superando as expectativas com a sua
aparição. O interessante a se notar, é o forte vínculo que Oliver nutre por
Helena, um vínculo que às vezes pode soar até mais forte do que o
relacionamento dele com a própria Laurel, que é a mocinha oficial da história.
Ollie luta e se recusa a tomar medidas mais drásticas para impedir que Helena
cumpra a missão de eliminar de uma vez por todas seu pai. Uma luta que aos
olhos de todos é inútil, mas que Ollie recusa-se a aceitar que Helena é apenas
um caso perdido. Talvez essa empatia transceda as questões amorosas e
passionais, e penso que Oliver lute tanto por Helena, justamente por ela
representar parte do que ele foi em dia, e também por querer provar que a
humanidade não está inteiramente perdida, mas que talvez precise só de uma
forma de curar as feridas do passado, e que façam dos vilões o que eles são
hoje. Mas as feridas de Helena são profundas, e não dá para dizer que o caráter
dela não esteja influenciando para tornar ela uma pessoa amarga, de um jeito
que aparenta ser até irreversível.
Nesse arco de três episódios, e mais especificamente no episódio 16, outro
ponto relevante e quem foi e será bastante explorado ainda é a relação de pai e
filho de alguns personagens. Tommy é o que vive na mais encruzilhada entre
todos, pois já vem tendo problemas com o pai desde a infância, isso porque
ainda não sabe do fato do pai ser o maior vilão por trás de boa parte do mal
que habita hoje Starling City. Mesmo que Tommy tenha optado por perdoar
Malcolm, provavelmente essa compaixão momentânea não irá se manter quando ele
descobrir quem o pai realmente é. Mas a abordagem dessa história não se fez
completamente inútil, sendo importantíssima para revelar a Tommy a verdade
sobre Oliver e o Arqueiro. Fico um pouco receoso com a quantidade de pessoas
que já sabem sobre Oliver logo na primeira temporada da série, e prefiro ver esse
risco mais uma vez com um ponto positivo, mas no caso de Tommy é uma coisa que
talvez possa gerar bons frutos para nós como expectadores, mas alguns problemas
para Oliver como personagem. Ainda tenho minhas dúvidas se Tommy irá permanecer
como o fiel escudeiro de Oliver, e ainda tenho como teoria que talvez ele herde
os trajes de Arqueiro negro do pai, e se isso realmente ocorrer, Oliver irá
contar com uma grande desvantagem.
Quem também teve que reviver dramas fraternais, foi Laurel. A volta de Dinah
(que nas HQ’s foi o primeiro Canário Negro) trouxe a tona uma relação conturbada
e mal resolvida entre mãe e filha. Mal resolvida e mal contada, pois terminamos
o episódio sem nenhuma pista de onde originou esse estranhamento entre as duas,
deixando a curiosidade e a deixa por uma exploração mais profunda. Mas o mais
interessante aqui, nem é o drama familiar em si, mas sim a hipótese de que
Sarah possa estar viva. Mesmo tendo terminado tudo aparentemente sabendo que
Sarah realmente morreu, não acho que trariam essa possibilidade apenas para
preencher tempo na tela e explorar dramas familiares, Acho que em breve
ficaremos sabendo que Sarah realmente sobreviveu, e eu espero muito que isso não
esteja ligado só à parte dramática da série, mas também a parte mitológica. O quão
incrível não seria se Sarah retornasse como uma vilã e obtendo até certa ligação
com Malcolm?
Dentre os três, o episódio que merece mais destaque foi
definitivamente o episódio 18. Talvez nele não tenhamos visto grandes retornos
como nos outros, e também não teve muito o que acrescentar na mitologia, mas
sua narrativa ágil e suas cenas de ação, foram acima da média, principalmente
para os padrões da CW. Fora que nele tivemos um aperitivo da introdução efetiva
de Roy Harper na trama, que em breve nos irá render grandes momentos como
Arsenal. Estava achando bastante estranho o fato de estarem desenvolvendo a
trama dele com Thea de forma quase que totalmente paralela ao arco central da série,
mas nesse episódio souberam cruzar as histórias de uma forma bem interessante,
sem parecer forçada. A jornada que irá guiar Roy até ele se tornar efetivamente
o Arsenal será motivada pela redenção e uma espécie de catarse para livrá-lo
dos crimes cometidos no passado, e não acho que isso será feito de forma
vagarosa. Roy foi o único a notar referências ao Arqueiro, e mais
especificamente a sua flecha, na fachada da recém inaugurada boate de Oliver. Falta
agora entrelaçarem e darem mais embates diretos entre Oliver e Roy, pois até
agora só o que tivemos foi o fato de Oliver ter salvo a vida do garoto do vilão
da semana. Entretanto, ainda precisamos de uma motivação mais forte, e de algo
mais profundo que possa ligar os dois personagens, para aí sim termos uma
parceria mais consistente entre os dois.
Na ilha, os flashbacks foram desenvolvidos de forma bem vagarosa. Na verdade,
vagarosas até demais, na minha opinião. O Arco se inicia no episódio 16, e tem
uma espécie de conclusão penas no episódio 18, onde vemos a aparente morte de
Yao e a inserção definitiva de Shado na história de Oliver. Confesso que a história
de Oliver e Shado é uma das coisas que estou mais ansioso para ver, talvez até
mais do que o acro principal da série. Estou curioso para verem como irão
relatar a história dos dois, e também qual foi o destino dela na ilha. Coisas
que só o desenvolvimento a longo prazo da série iráa nos explicar. Sorte que “Arrow”
já tem renovação quase que garantida!
P.S: Referencias de Laurel ao Canário Negro. Tem como não surtar? (ep. 16)
P.S:² Produtores de Arrow andam lendo nossas reviews, e ENFIM estão utilizando trilha sonora na série, muito digna por sinal!. No episódio 17 tivemos
Ed Sherran e no 18 tivemos Stay, da Rihanna. Tá bom pra você?
Parabéns pelo conhecimento imenso em termos técnnicos em relação a produção dos seriados, como foi feita uma analise eximia completa sobre o que a direção de ARROW tem feito com a historia e a produção dos episodios!!! Sensacional, é o primeiro review de ARROW que acho na internet em que tem profundo conhecimento de tudo que tem feito a produção do seriado!!!
ResponderExcluir""Arrow já faz a corajosa manobra de reviver a própria história, trazer de volta personagens que tiveram um final aparentemente “finalizado”, e fazer releituras do próprio roteiro, coisa que em outras série só seria feito em um desenvolvimento maior de episódios"
Marcelo, muito obrigado pelo comentário e pelos elogios.
ExcluirFico muito feliz em receber qualquer tipo de feedback dos leitores, e quando ele é positivo ainda mais. É isso que nos motiva a continuar fazendo esse tipo de trabalho para vocês, leitores.
Fique ligado no Crossover, pois estarei aqui na próxima fall season dando continuidade as reviews da segunda temporada!