Mais um episódio para dividir a opinião
dos fãs de Doctor Who. O mistério que envolve Clara vem ganhando uma nova
dimensão a cada novo episódio e isso me deixa mais e mais curioso para saber
quem ela, e como ela se tornou o que já vimos. Porém, o progresso da narrativa
da temporada não está tendo muito progresso.
Que é verdade seja dita. E mesmo que
doa nos fãs mais xiitas, essa segunda metade da temporada até meio “água com açúcar”.
Sei que esse é apenas o segundo episódio, mas com uma temporada de apenas 13
episódios, dividida ao meio, não tem tempo a perder. Infelizmente, a impressão
que tenho é que o roteiro tenta desenvolver histórias simultâneas,
aparentemente sem ligação nenhuma, e que vão nos levar a lugar nenhum.
Digo isso, pois mais uma vez não
tivemos nenhuma resposta e só aparecem mais dúvidas e insinuações que tentam fazer
uma série inteligente com links nos mínimos detalhes que fazem toda a diferença.
Entretanto, sinto falta da época em que DW era mais do que isso e conseguia
construir uma storyline emocionante sem parecer forçadamente astuta e perspicaz.
No episódio o Doctor voltou ao passado
para tentar entender um pouco mais sobre Clara. Talvez esse fosse o detalhe que
estava faltando para fechar a teoria de que nova companion é uma mistura entre
companions anteriores. A priori isso não faz nenhum ou até pouco sentido. Mas
tratando-se de Doctor Who deve haver uma explicação.
Ela quer viajar pelo mundo (Astrid) e não consegue se lembrar do Doctor, mesmo que ele saiba tudo sobre ela(Donna), um homem para quem ela deixa mensagens secretas (Rose) e conhece na ordem errada (River) mas é o destino que eles sempre se encontrem (Wilf). Ela é boa com computadores (Micky) e ganha a vida cuidando de pessoas (Martha) mais especificamente de crianças que não são suas (Sarah Jane). Ela conhece o Doctor quando é uma criança (Amy) e continua morrendo (Rory) mas o tempo todo ela volta à vida (Jack).
Já é estilo registrado do Moffat
trazer mais perguntas do que respostas e explodir nossas cabeças com uma series
finale cheia de informações e acontecimentos capazes de levar as mentes mais
frágeis à loucura, ou até mesmo sambar na nossa cara com mais interrogações e
uma espera interminável até o próximo episódio.
Porém, deve haver um equilíbrio nessas
questões e é exatamente isso que acho que faltando na série. Bons diálogos e
uns quinze minutos de intensa emoção não fazem um bom episódio. É preciso ter ritmo
e desenvolvimento. The Rings of Akhaten
não teve uma boa evolução. E isso foi uma pena, pois havia potencial na
estrutura do episódio para fazer coisas surpreendentes.
Os melhores momentos foram deixados
para o desfecho, que foi lindo, emocionante e quase me fez chorar. Contudo, não
dava para ignorar os minutos antecessores em que ficava me perguntando aonde a
história iria levar. Qual eram a intenção e o propósito das coisas que estavam
acontecendo. Esperava ser surpreendido com mais perguntas ou com uma resposta,
ou até mesmo o vislumbre de uma. Estava esperando por qualquer coisa que
fizesse uma ligação, ou algum sentido com tudo que eu tinha visto.
Eu até mesmo ignorei o fato das leis
da física serem menosprezadas no episódio, uma coisa que nunca tinha acontecido
antes com Doctor Who. Não sei se quando a série foge um pouco de salvar a
humanidade de uma ameaça alienígena, ou em uma galáxia completamente diferente,
as coisas funcionem de uma maneira da qual não estamos acostumados.
E uma coisa que me fez gostar ainda
mais de Clara foi quando ela disse ao Doctor que viajaria com ele, mas não seria
a sombra de um fantasma. Não sabe ela que esse fantasma é ela mesma. Ou uma
versão futura dela. Ou um clone. Talvez tudo isso tenha acontecido num universo
paralelo. Até aqui fica difícil dizer.
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