Beijinho no Ombro chegou para
fechar com chave de ouro o ano de 2013. Em apenas dois dias, o primeiro vídeo clipe
da POPSTAR brasileira Valesca Popozuda, obteve 670 mil visualizações. Em termos
de Brasil, essa é um grande mérito, principalmente tratando-se de um gênero,
muitas vezes, menosprezado pelo "grande público". O fato é que em um único clipe, Popozuda, sambou na
cara da indústria POP internacional e se consagrou como rainha do funk e das
classes populares.
Mesmo querendo ter ares de
Beyoncé, cantando, dançando de salto alto e fazendo carão, Valesca acaba
imprimindo em suas canções sua personalidade. Ao contrário de outras colegas de trabalho, a carioca de 35 anos de idade, faz um som mais popular, de raiz, com características marcantes e escolhas ousadas em suas
métricas e rimas.
A importância da artista para a cultura popular do Brasil é tanta, que no ano passado virou tema de dissertação de mestrado. O tema foi bastante difundido, causando a indignação da repórter do SBT Rachel Sheherazade, que, como muitos, não considerem o funk produzido aqui no
Brasil como arte.
Em contra partida, é notório o esforço das camadas mais populares de transmitirem seus imaginários, suas visões de mundo através da sua arte. E isso não é apenas dever do funk. Também do graffite, do cinema, da televisão, do teatro e do esporte. Sempre com uma linguagem característica e única, a favela deixa seu espaço material e começa a querer tomar conta "da geral".
O problema é que a manifestação gera repulsa da "elite", que prega a falsa democracia, ditando a ocupação do espaço público, que em teoria, é para todos. De fato a onda dos "rolezinhos" causa medo e repulsa, porém a origem deles tem base no preconceito e na discriminação. Algo que um reporte chamou de "apartheid à brasileira".
Cabe a nós, cidadãos brasileiros, discutir isso. Mas é inevitável não admitir que da favela ecoa um som. E esse som faz mudar a forma como esses novos artistas lidam com a fama. Depois de uma vida de abstinências e dificuldades, a moda é ostentar. O filme de 7
minutos e 44 segundos, da Popozuda custou R$ 437 mil. Pode até parecer fichinha para as
super produções internacionais, que
chegam fácil na faixa dos milhões, mas para nossa realidade, é um grande passo.
Sem mais delongas, vamos curtir toda essa crocância. Beijinho no ombro e uma boa semana para vocês ;)
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